Por Carlos Santiago
Pense e sinta a sua existência. Olhe em torno de você. O planeta Terra existe com múltiplas formas de vida, de gostos, de cores, de belezas e de manifestações naturais e provocadas. Assim como é complexo e encantador o universo que caminha ao infinito. Então, não viva em bolhas, em seitas, em ideologias cegas e não abra mão da liberdade de entender a dimensão infinita do viver.
Quem se agarra em filosofias tolas, em modelos artificiais de salvação, em normas sociais obtusas de comportamentos e em crenças movidas por medos ou facilidades, será sempre um escravo preso por correntes de ilusões. A vida é tão curta e fascinante para ser aprisionada.
A riqueza material não é um fim e nem início e meio da existência humana. Quem disse primeiro: “essa terra é minha”, já faleceu há centenas de anos com a vã conquista, enquanto o planeta Terra continua vivo. Somos, de fato, passageiros no mundo. Então, se somos finitos, por que viver buscando riquezas materiais?
Os embates verbais públicos, lutas de grupos, pessoas e guerras declaradas para manter ou ampliar o poder econômico, o poder ideológico, o poder político e o poder das armas, teriam lógica se a existência humana fosse tão somente um eterno ciclo de poder. Muitos ditadores, presidentes, reis, rainhas, bilionários e milionários morrem sem levar consigo o poder que tanto buscaram.
Não se deixe enganar pela busca do amor-perfeito e da felicidade ideal. Há inúmeras formas de percepções do amor e da felicidade. Podem ser construções humanas para suportar um mundo avesso ou expressões da natureza encontradas até em outros animais. Porém, o importante é que cada pessoa pode construir a sua maneira de amor e de felicidade e não cair na armadilha do perfeito e do ideal, pois nada na vida é tão perfeito e ideal.
Observar o trabalho das abelhas, o canto dos pássaros, a floração das plantas e das árvores, a movimentação e o barulho dos rios e dos mares, as constelações, o balanço dos ventos nas florestas, os olhos dos gatos e dos cachorros, é mais belo e mais real que quaisquer conceitos abstratos ou sonhos. O ideal é sempre menor que o real.
Caia e levante, chore e sorria, cante e fique em silêncio, descubra a si e entenda a existência dos outros, aproveite cada instante da vida, admire e sinta o sol e a chuva. Crie o seu tempo e dite as horas. Não seja capturado pelo relógio e nem pelos sentimentos que parecem frágeis, mas são típicos dos humanos no mundo em busca de soluções para a vida.
A vida é finita, mas viver é infinitude. Talvez seja até possível construir dias melhores e um mundo bem melhor. Talvez, não. Porém, antes de tudo, é mais interessante romper as amarras que criamos, uma vida sem doutrinação.
Sociólogo, Advogado e Cientista Político