MANAUS (AM) – O tenente-coronel da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), Glaubo Rubens Alencar, acabou preso neste sábado, 8 de março, após esfaquear a esposa e o enteado dentro de casa, no conjunto Nova Cidade, zona Norte de Manaus. O caso levantou questionamentos sobre a conduta do oficial, que já possui histórico criminal.
O que aconteceu?
De acordo com testemunhas, a confusão começou após Glaubo tentou matar um cachorro, mas ser impedido pelo enteado. Em meio à discussão, o militar teria esfaqueado o jovem e, em seguida, a própria esposa, que tentou proteger o filho.
Ambos, socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados a um hospital da capital, receberam atendimento médico e, posteriormente, receberam alta.
A Polícia Militar, acionada e conseguiu deter o suspeito no local. Glaubo encaminhado à Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM), permanece sob custódia. A esposa e o enteado compareceram à delegacia no mesmo dia para prestar depoimento.
Reação da Polícia Militar
Em nota, a PMAM informou que repudia qualquer ato criminoso praticado por seus agentes e que foi instaurado um procedimento interno na Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) para apurar a conduta do tenente-coronel.
A corporação reforçou que não tolera desvios de conduta e que o caso será tratado com a devida seriedade.
Histórico criminal do militar
Glaubo Rubens Alencar já possui um passado marcado por envolvimento em atividades ilícitas.
Em 2021, a pedido do Ministério Público do Amazonas (MPAM) , Glaubo acabou preso preventivamente durante a Operação Arrocho, sob suspeita de liderar um esquema de roubo e revenda de drogas na capital. As investigações apontaram que ele comandava um grupo que desviava entorpecentes apreendidos de facções criminosas. Em uma das operações, o grupo subtraiu mais de meia tonelada de drogas.
Além disso, em 2005, quando ainda era segundo-tenente, a justiça mandou prender Glaubo, que acabou processado por envolvimento no roubo a uma drogaria no bairro São Jorge, zona Oeste de Manaus.
O histórico do militar levanta questões sobre como ele continuou a ascender na carreira, mesmo com antecedentes criminais.
Feminicídios no Amazonas
O caso ocorre em um contexto de aumento nos registros de feminicídios no Amazonas, que cresceram 30% em 2024, segundo dados recentes. A situação reforça a discussão sobre a necessidade de políticas públicas e medidas eficazes para prevenir a violência contra a mulher e garantir a responsabilização de agentes públicos envolvidos em crimes.
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