Manaus (AM) – Os sauins-de-coleira (Saguinus bicolor), pequenos primatas que transitam pelas matas de Manaus, também chamados sauins de Manaus, ganharam mais duas passarelas suspensas construídas, por meio de parceria firmada entre a Amazonas Energia e o Projeto Sauim-de-coleira, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A medida visa diminuir os riscos de atropelamento dos animais.
As construções mais recentes, feitas em áreas arborizadas do bairro Cidade Nova, zona Norte, e inauguradas no início de novembro, correspondem as cinco passarelas que estão sob a responsabilidade da empresa, também chamadas “passagem de fauna”.
As passarelas servem como forma de compensação ambiental após a Amazonas Energia instalar rede elétrica ou usinas em espaços de circulação dos primatas, com licença concedida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
Apoio logístico
Segundo a analista ambiental Eliza Sena, da Amazonas Energia, a concessionária colaborou dando apoio logístico.
“Levamos uma equipe ao local onde foi prevista a instalação das passarelas, transportamos os postes utilizados, realizamos a perfuração e instalação deste e providenciamos o isolamento da área enquanto o trabalho era feito. Tudo isso para não oferecer risco tanto aos animais, quanto aos profissionais envolvidos durante o processo”, explicou Eliza
Segundo a analista ambiental, o Projeto Sauim-de-coleira tem o mapeamento das áreas prioritárias a circulação do primata, que precisam de passagem de fauna.
Parceria é fundamental
O Dr. em Biologia Marcelo Gordo, coordenador do Projeto Sauim-de-coleira, afirma que a parceria com a Amazonas Energia é fundamental para reduzir custos na construção das passagens de fauna e, também, para viabilizar questões técnicas de segurança envolvendo os locais, onde há rede elétrica.
De acordo com Marcelo Gordo, estima-se que existam cerca de 36 mil exemplares da espécie ao longo de sua distribuição geográfica restrita à região Manaus. Entretanto, dentro dos fragmentos de floresta existentes em Manaus, os números estão bem reduzidos.
“O fragmento de mata onde fica a Ufam, com mais de 700 hectares, contém menos de 150 sauins-de-coleira; o Parque do Mindu, com cerca de 40 hectares, tem somente 15 animais; e o Sumaúma, com pouco mais de 50 hectares, tem cerca de 20 exemplares”, explica o biólogo.
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