O educador, pesquisador e líder indígena Dzoodzo Baniwa (Juvêncio da Silva Cardoso) foi premiado com o Prêmio Fundação Bunge 2025, na categoria Vida e Obra. O tema deste ano foi “Saberes e práticas dos povos tradicionais e sua importância para a conservação dos recursos naturais”.
O reconhecimento é pelo seu trabalho em defesa da educação escolar indígena e pela valorização do diálogo entre a ciência e os conhecimentos ancestrais dos povos Baniwa e Koripako.
Trajetória e atuação no Amazonas
Dzoodzo nasceu na década de 1980 e vive na aldeia Santa Isabel do Rio Aiari, na Terra Indígena Alto Rio Negro, no Amazonas. Desde jovem, acompanhou a implantação da educação escolar indígena e participou de movimentos pela defesa territorial.
Licenciado em Física Intercultural pelo Instituto Federal do Amazonas (IFAM) e mestre em Ensino de Ciências Ambientais pela UFAM, ele iniciou sua jornada na Escola Indígena Baniwa e Coripaco da Pamáali, onde descobriu a paixão por conectar saberes tradicionais com a ciência.
Ciência e saberes ancestrais
Sua experiência inclui atuação como técnico indígena em piscicultura no ICMBio, em São Paulo, onde aplicou práticas científicas aliadas ao conhecimento tradicional sobre espécies de peixes de seu território.
Dzoodzo destaca que a educação indígena vai além do espaço escolar, relacionando narrativas ancestrais — como a do fogo e da eletricidade — com conteúdos científicos. Para ele, unir saberes é essencial para lidar com os desafios da crise climática.
A importância do prêmio
O Prêmio Fundação Bunge, criado em 1955 e considerado o “Nobel brasileiro”, celebra em 2025 sua 70ª edição. A premiação reconhece personalidades que contribuem para o desenvolvimento social, cultural e científico do país.
Na mesma edição, também serão homenageados:
- Thieres George Freire da Silva, da UFRPE, em Vida e Obra pelo tema “Gestão do risco climático na produção de alimentos”.
- Elizângela Aparecida dos Santos, da UFVJM, na categoria Juventude.
- Ygor Jessé Ramos dos Santos, professor da UFBA e liderança quilombola, na categoria Juventude.
Mais de 200 personalidades já foram premiadas, incluindo nomes como Jorge Amado, Oscar Niemeyer, Paulo Freire e Rachel de Queiroz.
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