Dos 68 mil hectares explorados no Amazonas, 42 mil foram desmatados sem autorização dos órgãos ambientais. O dado faz parte do levantamento divulgado nesta sexta-feira (5) pelo Imazon e revela que a extração ilegal segue dominante no estado.
Crescimento da extração irregular
A Rede Simex, formada por ICV, Imaflora e Imazon, analisou imagens de satélite e cruzou os dados com autorizações oficiais entre agosto de 2023 e julho de 2024. Em um ano, a exploração ilegal aumentou 9%, passando de 38 mil para 42 mil hectares sem licença.
Pesquisadores alertam que essa prática financia outros crimes ambientais, como queimadas, grilagem e desmatamento. Segundo Camila Damasceno, do Programa de Monitoramento da Amazônia, o avanço também enfraquece o mercado de madeira legal, que atua com manejo sustentável e gera empregos.
Ao mesmo tempo, a exploração autorizada cresceu 131%, saltando de 11,3 mil para 26,1 mil hectares no período analisado.
Municípios que lideram a exploração ilegal
Boca do Acre e Lábrea concentram 75% do desmate
Boca do Acre registrou 20,5 mil hectares de exploração irregular, enquanto Lábrea somou 10,9 mil hectares. Ambos fazem parte da região Amacro, conhecida pela expansão agropecuária. Para o Imazon, essa dinâmica pode antecipar novos ciclos de desmatamento voltados à grilagem e à produção de gado e grãos.
Avanço sobre áreas protegidas
Territórios indígenas e unidades de conservação sob ameaça
O estudo indica que 5,6 mil hectares de retirada ilegal ocorreram em áreas protegidas, sendo 3,9 mil em terras indígenas e 1,6 mil em unidades de conservação. Apesar da queda em relação ao ano anterior, o desmate ainda representa mais de 5 mil campos de futebol dentro de áreas que deveriam estar preservadas.
Camila Damasceno reforça que invasores comprometem a sobrevivência de povos tradicionais, que dependem da floresta para manter seu modo de vida. Além disso, há aumento de conflitos e emissões de carbono, somado à perda de biodiversidade.
Onde a extração irregular mais avança
Imóveis rurais e florestas públicas não destinadas
O levantamento também apontou que 32,5 mil hectares de exploração ilegal ocorreram em imóveis rurais registrados em bases públicas como CAR, Sigef e Terra Legal. Para o Imazon, os órgãos ambientais têm dados suficientes para intensificar a fiscalização e punir infratores.
Outra área crítica são as florestas públicas não destinadas (FPNDs), responsáveis por 3,3 mil hectares de extração ilegal. Destinar esses territórios à conservação ou a comunidades tradicionais é considerado um passo urgente para proteger o patrimônio ambiental.
*Com informações da Agência Brasil
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