MANAUS (AM) – Para chegar a marca da 25ª edição, o Festival Amazonas de Ópera se posiciona como propulsor de um legado cultural refletido na formação da classe artística local do estado. Com a proposta inicial de atender à demanda do festival, em 1997 surgiram então os primeiros corpos artísticos do estado e profissionais da indústria cultural. A partir do festival, nasceu a Amazonas Filarmônica, o Coral do Amazonas, o Corpo de Dança do Amazonas, o Liceu de Artes e Ofício Claudio Santoro e a Central Técnica de Produção (CTP).
O Festival Amazonas de Ópera tem chancela do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Agência Amazonense de Desenvolvimento Cultural (AADC), com patrocínio master do Bradesco e apoio cultural do Grupo Atem, além da aprovação na Lei de Incentivo à Cultura.
Segundo o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, o maior festival do gênero da América Latina posicionou o Amazonas na vitrine cultural do país, formou nova plateia e, na mesma proporção, uma classe artística amazonense especializada em ópera.
“O legado do festival não se limita ao aspecto cultural e artístico, mas também ao incentivo na formação de músicos, cantores e profissionais da cultura. A Amazonas Filarmônica é uma das orquestras mais respeitadas do Brasil, assim como o Coral do Amazonas, que nasceram e cresceram com o festival, se consolidaram de incentivaram a criação dos demais corpos artísticos, como o Orquestra de Câmara do Amazonas, Balé Folclórico, Amazonas Band e a Orquestra de Violões”, pontua Apolo.
Conduzida pelo maestro Luiz Fernando Malheiro, a Amazonas Filarmônica reúne 91 músicos, entre estrangeiros e brasileiros, sendo 20 amazonenses. “A Amazonas Filarmônica tem músicos de vários países do mundo, Rússia, Alemanha, Cuba, Chile, Argentina, dentre outros, assim como vários músicos amazonenses. Quando a orquestra foi criada em 97, tinha somente dois músicos do estado, hoje são 20, o resultado de todo um período de ensino do Liceu de Artes Claudio Santoro com os músicos que chegaram de outros países e começaram a dar aulas e criar uma geração grande de músicos amazonenses”, assegura Malheiro, regente titular da orquestra.
O diretor do Liceu, Davi Nunes, confirma a proposta inicial de uma das primeiras escolas de artes da Região Norte, que surgiu para atender a uma demanda do festival de ópera e, desde o ano de 2021, os alunos vêm participando de todas as edições.
“No início, de forma muito tímida, o Claudio Santoro desenvolveu suas atividades e no decorrer dos anos se tornou um projeto tão forte, porque tem formado muitas pessoas, tem descoberto muitos talentos, e preparado artistas para o cenário artístico cultural do Amazonas”, lembra Davi, também regente da Orquestra de Violões do Amazonas.
Na esteira de legados, o Coral do Amazonas, que tem à frente o diretor artístico e maestro titular, Otávio Simões, é composto por 62 coralistas, sendo 50 amazonenses, que se destacam pela versatilidade do repertório. O Corpo de Dança do Amazonas (CDA), dirigido por Mário Nascimento, é formado por 24 bailarinos, sendo 19 amazonenses.
Montagens
A indústria cultural aquecida pelo festival abriu precedentes para geração de postos de trabalho em diversas frentes, dando origem à Central Técnica de Produção (CTP) José Carlos Viana Marques (Zezinho).
Há 25 anos, o espaço abarca os cenários das óperas e espetáculos que acontecem no Teatro Amazonas e demais espaços culturais. As estruturas são montadas, desmontadas e reaproveitadas pelas mãos de marceneiros, eletricistas, serralheiros e equipe técnica. Os figurinos, de edições passadas e futuras, são confeccionados pelas costureiras que se superam a cada edição.
Um marco no festival é o cenário da ópera “O Contractador dos Diamantes”, que estreia nesta sexta-feira (21/04), às 20h, no Teatro Amazonas. A estrutura, produzida no CTP, tem quase sete metros de altura e, após o festival, o cenário e os figurinos seguem para a turnê da ópera no Theatro Municipal de São Paulo, fruto do termo de co-produção entre o teatro paulista e o festival de ópera do estado.
“O CTP é um legado cultural do festival, que formou profissionais, muitos deles são contratados para grandes eventos em outros estados. É o reconhecimento ao talento, da mão de obra local diferenciada e de extrema qualidade técnica”, finaliza o secretário Apolo.
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