MANAUS (AM) – A capital do Amazonas, Manaus (AM) enfrenta novamente níveis alarmantes de fumaça nesta quinta feira (12) colocando a capital amazonense em estado de alerta.
Desde os primeiros indícios dos resíduos das queimadas na região, a população tem recorrido às redes sociais para denunciar o agravamento de problemas respiratórios, incluindo sangramento nasal, coriza, ardor nos olhos e irritação na garganta.
O aplicativo Selva (Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental), desenvolvido pelo Programa de Educação Ambiental sobre Poluição do Ar da Universidade Estadual do Amazonas, fornece dados alarmantes sobre a qualidade do ar em Manaus.
A situação fez com que a Prefeitura de Manaus, por meio do Centro de Cooperação da Cidade (CCC), alterasse o status da capital para “Mobilização”.
A mudança feita nesta quarta feira (11) foi realizada após especialistas de saúde e meio ambiente das Secretarias Municipais de Saúde (Semsa); e de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), devido à fumaça proveniente das queimadas.
O Deputado Rodrigo Guedes tem alertado em suas redes sociais para o problema:
Polícia envia reforço para combater as queimadas em Autazes
A Polícia Civil do Amazonas enviou, nesta quarta-feira (11/10), equipes policiais para reforçar o combate às queimadas no município de Autazes. policiais civis e militares estão compondo a força tarefa, que visa identificar os responsáveis pelos incêndios florestais no município. De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente (Semmas), grande parte da fumaça que encobre Manaus vêm de municípios da Região Metropolitana.
É descrito, no artigo 250 do Código Penal, que é crime causar incêndio e expor ao perigo a vida e a integridade física de terceiros. O indivíduo que for identificado cometendo tal delito, será passível de prisão em flagrante e instauração de Inquérito Policial (IP), para responder por seus atos
Registros
De acordo com os registros, a atmosfera da cidade alcançou a categoria ‘Péssima’ no índice de qualidade do ar. Os níveis, medidos em microgramas por metro cúbico, atingiram uma preocupante marca de 425.2 µg/m3 nas proximidades do Distrito Industrial, entre as zonas leste e sul da cidade.
Isso representa um aumento acentuado em relação ao limite crítico de 160 µg/m3, conforme a metodologia do aplicativo.
Rodrigo Souza, professor da UEA e coordenador do projeto Selva/EducAir, alertou para o agravamento do problema durante o período de estiagem, marcado pela ausência de chuvas e pela triste realidade de uma “cultura” de queimadas no Amazonas.
Desde o início de outubro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou pelo menos 2 mil focos de queimadas no estado.
A situação em Manaus é alarmante, com a população enfrentando sérios riscos à saúde devido à qualidade do ar precária. A necessidade de ações efetivas para combater as queimadas e reduzir a poluição do ar se torna cada vez mais evidente.
Seca na Amazônia
Na última quarta-feira, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), uma instituição de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, emitiu um alerta preocupante. De acordo com o comunicado, a seca na Amazônia deverá persistir até, pelo menos, dezembro, quando se espera que o fenômeno El Niño atinja sua intensidade máxima. Até essa data, as previsões do Cemaden indicam que os níveis de chuva estarão abaixo da média.
Chuva abaixo da média
Desde maio, parte dos estados do Amazonas e do Pará tem enfrentado índices de chuva abaixo da média. O Cemaden sugere que esse cenário possa ser resultado do inverno mais quente influenciado pelo El Niño. Entre julho e setembro, o déficit de chuvas observado no interior do Amazonas e no norte do Pará foi o mais severo desde 1980, conforme relatado pelo Cemaden.
O órgão alerta que em grande parte do Amazonas, Acre e Roraima, há uma anomalia de chuvas com deficiência entre -100 a -150 milímetros. Devido ao acumulado de precipitação abaixo do normal, a umidade do solo atingiu níveis críticos ao longo do mês de setembro.
Além disso, o Cemaden adverte que, devido às previsões de chuva abaixo da média para o início da estação chuvosa na Região Amazônica, entre novembro e dezembro, é possível que alguns rios não alcancem seus níveis habituais este ano.
El Niño
O fenômeno El Niño é conhecido por elevar as temperaturas do Oceano Pacífico, e esse aquecimento anormal das águas influencia as correntes de vento e os padrões de precipitação em várias partes do planeta. Devido ao vasto tamanho do oceano, o aumento das temperaturas da superfície da água tem impacto significativo nos regimes de chuva em várias regiões do mundo.
https://publish.twitter.com/? query=https%3A%2F%2Ftwitter.com%2FBarbosa_Leandro%2Fstatus%2F1712465947498590532&widget=TweetLeia mais:
Aplicativo monitora queimadas e índice de qualidade do ar na Amazônia
Fumaça que encobre Manaus vem da região Metropolitana, aponta Semmas
Fumaça em Manaus faz triplicar busca por remédios para doenças respiratórias