Manaus (AM) – De janeiro a maio de 2025, o Amazonas registrou uma redução de 22% nos casos de malária em comparação ao mesmo período de 2024. Os dados foram divulgados pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), com base nas notificações dos municípios.
Apesar da queda, a doença ainda exige atenção contínua da população e das autoridades de saúde, especialmente nas regiões com maior circulação do mosquito transmissor.
Desde 2020, a média anual de notificações no estado varia entre 55 mil e 64 mil casos. A FVS-RCP, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), atua em parceria com os municípios para fortalecer o diagnóstico precoce, garantir o tratamento adequado e implementar ações preventivas.
Novo tratamento reduz duração da malária vivax
A mais recente estratégia de combate à doença é a implantação da tafenoquina, medicamento usado junto com a cloroquina no tratamento da malária vivax — que representa 84% dos casos no estado. Com a nova medicação, o tratamento é reduzido de sete para três dias.
Atualmente, o uso da tafenoquina já foi implantado em 17 municípios do Amazonas, com expansão gradual em parceria com o Ministério da Saúde.
Ações de prevenção da malária no Amazonas
As ações coordenadas pela FVS-RCP incluem:
-
Distribuição de mosquiteiros impregnados com inseticidas;
-
Disponibilização de medicamentos antimaláricos;
-
Capacitação de profissionais da saúde;
-
Monitoramento epidemiológico;
-
Campanhas educativas para sensibilizar a população.
Segundo a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, a eliminação da malária depende do esforço coletivo entre estado, municípios e comunidade. Ela ressalta que, embora o mosquito Anopheles continue circulando naturalmente na região, é possível eliminar a doença com medidas preventivas simples e eficazes.
Meta: eliminar a malária até 2035
O Amazonas segue o Plano Estadual de Eliminação da Malária, que compreende o período de 2023 a 2035, alinhado ao Programa Nacional de Eliminação da Malária, em conjunto com o Ministério da Saúde e as vigilâncias estaduais.
De acordo com Elder Figueira, chefe do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, a presença do mosquito é inevitável por ser parte da biodiversidade amazônica, mas a doença pode ser eliminada com vigilância ativa e cuidados constantes.
Como prevenir a malária
A FVS-RCP recomenda medidas simples para quem vive ou visita áreas com presença do mosquito transmissor:
-
Dormir com mosquiteiros;
-
Usar repelente e roupas que cubram braços e pernas;
-
Instalar telas em portas e janelas.
Sintomas da malária e quando procurar ajuda
Os principais sintomas incluem:
-
Febre alta
-
Calafrios
-
Dor de cabeça
-
Mal-estar geral
-
Tontura
-
Dores no corpo
-
Pele amarelada
-
Perda de apetite
Os sintomas aparecem entre 10 e 15 dias após a picada do mosquito. Ao menor sinal da doença, a recomendação é buscar atendimento médico imediato. Sem tratamento, a malária pode evoluir para formas graves e até causar a morte.
Leia mais:
Ministério da Saúde lança campanha contra malária