Manaus (AM) – O Rio Negro, em Manaus, registra um fenômeno atípico em seu ciclo hidrológico. De acordo com dados do projeto Clima Amazônia, o nível do rio está em 25,60 metros, uma marca que representa quase 9 metros acima do registrado no mesmo período de 2024, quando atingiu 16,77 metros. A lentidão da vazante, que em um primeiro momento gera cautela, também traz benefícios importantes e indica uma recuperação da bacia amazônica.
A análise do Clima Amazônia, um projeto do Laboratório Amanã com vinculação ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), indica que a vazante está ocorrendo de maneira mais lenta do que o esperado. O nível atual, embora em queda, está significativamente acima dos 13,01 metros registrados em 2023, ano da seca histórica. Essa diferença sugere um cenário mais estável e com maior segurança hídrica para a capital e comunidades ribeirinhas.
Segurança Hídrica
A permanência de níveis mais altos em setembro traz uma segurança hídrica maior para Manaus e para as comunidades que dependem do rio. As melhores condições para a pesca e o turismo fluvial são imediatas, com a navegabilidade garantida. Além disso, a situação sinaliza uma recuperação importante da bacia amazônica após a crise hídrica do ano passado.
A descida mais lenta do rio é avaliada por especialistas como um fator que pode tornar a transição para a próxima estação de cheia menos abrupta, o que é essencial para reduzir os riscos de extremos hidrológicos.
O engenheiro de recursos hídricos José Maria explicou que o monitoramento contínuo é fundamental. “A permanência do nível alto é um alívio. No entanto, o cenário atual requer acompanhamento para entender como as chuvas nas cabeceiras amazônicas vão influenciar a evolução do nível do rio nos próximos meses”, ressaltou o especialista.
Comparativo com Cheias Históricas
Para contextualizar a situação, a cheia de 2024 foi marcada por um ciclo atípico, com o nível do rio chegando a 16,77 metros. Já em 2023, o Rio Negro atingiu 13,01 metros, um dos piores níveis já registrados.
A marca atual de 25,60 metros coloca a vazante de 2025 em um patamar muito diferente. A Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) acompanha de perto os dados, mas o cenário atual já levanta discussões sobre a necessidade de ações preventivas para a possibilidade de cheia recorde em 2026.
Enquanto isso impacto das condições atuais se estende a diversas áreas. A navegabilidade, essencial para o transporte de cargas e passageiros na região, encontra melhores condições, beneficiando diretamente a economia.
A vazante do Rio Negro é um indicativo do delicado equilíbrio ambiental da Amazônia, e sua lentidão reforça a urgência em entender e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
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