MANAUS (AM) – No mês dos povos indígenas, com seu ápice no dia 19 de abril, dia do indígena, a Fundação Estadual do Índio (FEI), em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, realizou neste sábado (15), o primeiro desfile de moda e grafismos indígenas, com o objetivo de expor a tendência da moda originária raiz ao público, em evento no Centro Cultural dos Povos da Amazônia, localizado na avenida Silves, Crespo, zona sul de Manaus.
Com a produção de Shirley Baré, as peças de roupas foram fabricadas pelo Ateliê Derequine e Yra Tikuna Moda Raiz. Foram cinco modelos das etnias Sateré-Mawé, Tariana, Dessana, Tukano e Witoto.
Além do trabalho de moda em roupas, existe também o trabalho de grafismos, que tem significados particulares para cada etnia indígena. A coordenadora do Ateliê Derequine, Vanda Witoto, compreende o valor em expor a história de vários povos originários, por meio das vestimentas e do trabalho visual, para o público em geral.
“O trabalho que nós, mulheres, estamos fazendo com a moda indígena, através das nossas peças, é trazer a nossa memória, a nossa identidade, a forma que a gente encontrou de comunicar a nossa própria existência”, ressalta Vanda.
A coordenadora acrescenta que Ateliê Derequine traz nos grafismos a representação da cultura e elementos sagrados dos territórios indígenas, que os conecta com as suas memórias ancestrais e os traz pertencimento.
Reiterando a sua participação em contribuir com as comunidades indígenas, o técnico da FEI, Ricardo Peiguete, destaca o desfile como uma oportunidade para incentivar a produção cultural e artística do trabalho realizado pelos povos tradicionais.
“O desfile visa ser uma das atividades alusivas ao dia dos povos originários, com intuito de estimular o reconhecimento e a valorização da cultura indígena, fortalecendo sua identidade cultural e promovendo a sua sustentabilidade econômica”, afirmou.
O diretor-presidente da FEI, Sinésio Trovão, afirma que a moda é um espaço relevante para posicionar o trabalho artesanal de vestuário e grafismos indígenas.
“A Fundação quer valorizar as nossas parentes, que realizam um trabalho muito bonito com as nossas culturas e tradições através das vestimentas indígenas. Queremos que isso vire um forte produto no mercado de moda, porque ele é único”, comentou.
Para o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, promover o evento no centro cultural do estado é criar possibilidades de acesso à cultura e à arte indígena. “O centro cultural Povos da Amazônia é uma referência no estado, traz muito das nossas raízes. E quando abrimos o espaço para manifestações artísticas dos povos originários, reforçamos a sua importância no contexto histórico e social”, disse o secretário.
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