Acre e Amazonas continuam com os combustíveis mais caros do país; etanol mantém leve variação, mas segue pouco competitivo na região
O Norte do país foi a única região brasileira a registrar queda no preço médio da gasolina em outubro, mas ainda assim mantém as médias mais altas do Brasil, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL).
O levantamento mostra que, mesmo após o anúncio da redução de 4,9% no preço da gasolina para distribuidoras pela Petrobras, em vigor desde 21 de outubro, os consumidores nortistas ainda enfrentam os custos mais elevados nos postos.
O preço médio da gasolina na região fechou o mês em R$ 6,82, com leve recuo de 0,15% em relação a setembro — o valor mais alto entre todas as regiões do país. O Acre continua liderando o ranking nacional de combustíveis mais caros, com R$ 7,43 por litro, enquanto o Amazonas mantém estabilidade nos preços e registra o etanol mais caro do Brasil, a R$ 5,47.
“Mesmo com a redução anunciada pela Petrobras, os postos ainda não conseguiram repassar essa queda ao consumidor final. O impacto tende a aparecer nas próximas semanas, conforme os estoques antigos forem renovados”, explica Renato Mascarenhas, diretor de Rede de Abastecimento da Edenred Mobilidade.
Etanol: leve recuo, mas ainda caro e pouco vantajoso no Norte
Enquanto a gasolina apresenta leve tendência de queda, o etanol no Norte subiu 0,19% em outubro, atingindo média de R$ 5,21 — a mais alta entre as regiões. No comparativo nacional, o biocombustível teve leve recuo de 0,23%, com média de R$ 4,40.
No Amazonas, o litro do etanol manteve estabilidade, com preço médio de R$ 5,47, seguido por valores semelhantes no Acre e em Roraima. A diferença entre os preços reforça a baixa competitividade do etanol frente à gasolina na região, especialmente em estados distantes dos principais polos produtores do Centro-Sul.
“O etanol é uma alternativa mais sustentável, mas os custos logísticos e de produção no Norte ainda dificultam sua competitividade em relação à gasolina”, analisa Mascarenhas.
Panorama nacional e comparativo regional
No cenário nacional, a gasolina apresentou alta de 0,32% em outubro, atingindo média de R$ 6,36, enquanto o etanol teve leve queda de 0,23%, com média de R$ 4,40.
O Sul teve o maior aumento da gasolina no período (+0,80%, média de R$ 6,33), e o Sudeste manteve estabilidade (R$ 6,21, a menor média entre as regiões).
O Centro-Oeste se destacou pela maior alta no preço do etanol, de 1,81%, enquanto o Nordeste apresentou a única queda expressiva, de 0,20%.
No Norte, combustíveis mais caros do país
Os dados reforçam um padrão histórico: os custos de transporte e logística impactam diretamente o preço dos combustíveis no Norte. A distância dos grandes centros produtores e a dependência do transporte fluvial encarecem o litro vendido ao consumidor final.
O Acre se mantém como estado com a gasolina mais cara do Brasil, e o Amazonas, mesmo sem aumento, lidera no preço do etanol, acima da média nacional em mais de R$ 1 por litro.
Tendência para novembro
A expectativa da Edenred é que o efeito da redução da Petrobras comece a ser percebido nos preços ao consumidor nas próximas semanas, com tendência de queda moderada, principalmente em capitais como Manaus, Rio Branco e Boa Vista.
“Em outubro, a gasolina seguiu mais vantajosa para o motorista, especialmente no Norte e no Nordeste, mas o etanol continua sendo uma opção relevante do ponto de vista ambiental, por emitir menos poluentes e contribuir com a descarbonização do transporte”, reforça Mascarenhas.
Metodologia
O Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL) consolida dados de abastecimento em mais de 21 mil postos credenciados em todo o país, com base em milhões de transações mensais. A amostragem, segundo a empresa, garante alta precisão na média dos preços praticados em cada estado.
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