MANAUS (AM) – A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresentou os indicadores do mercado imobiliário nacional, nesta segunda-feira (29). O levantamento realizado com 207 empresas do setor mostrou que dentre as cinco regiões brasileiras, a Norte foi a que obteve melhor desempenho. Fechando o período com percentuais positivos.
No 1º trimestre de 2023 em relação ao 1º trimestre de 2022, a Região Norte foi à única que fechou o período em ascensão, 6,1% nas vendas de imóveis. As demais, Nordeste, -6,3%; Centro-Oeste, -26,6%; Sudeste, -3% e Sul, -20,7% fecharam com desempenho inferior.
No comparativo do 1º trimestre de 2023 com o 4º trimestre de 2022, a Região Norte obteve o melhor indicador do Brasil, 17,5% em relação às vendas de unidades habitacionais. No final do ano, foram vendidas 1553 unidades habitacionais e, nos primeiros três meses de 2023, foram negociadas 1824 unidades. O Nordeste teve crescimento de 1,2% e as outras regiões: Centro-Oeste, -14,4%, Sudeste, -8,3% e Sul -2,6% ainda não apresentaram o mesmo ritmo de crescimento do ano anterior.
A CBIC atribuiu o expressivo potencial do setor imobiliário da região Norte à grande demanda do mercado. Em menor escala, o mesmo ocorreu na região Nordeste, apesar da queda no número de lançamentos, em nível nacional que chegou a 30,2%.
“São regiões (Norte e Nordeste) onde tivemos, no último trimestre do ano passado, um grande número de lançamentos. O que mostra que nessas regiões as vendas estão ocorrendo numa velocidade, relativamente, melhor do que do ano passado em função dos lançamentos que tivemos no final do ano”, destacou o vice-presidente da CBIC, Celso Petrucci.
Amazonas
O Amazonas, que viveu o boom da construção civil entre 2012 e 2014, quando empreendimentos inteiros eram vendidos em poucos dias, embora esteja num patamar diferenciado em relação aos demais estados, encontra-se numa fase de cautela.
Minha Casa Minha Vida
A continuidade do programa habitacional “Minha Casa Minha Vida” (MCMV) é uma das preocupações da CBIC. Isto porque os lançamentos de empreendimentos direcionados para as famílias de baixa renda diminuíram -48,9%, em relação ao 4º trimestre de 2022 e – 41,8% em relação ao 1º trimestre de 2022.
“Há dois anos 56% do que era lançado era do programa Minha Casa Minha Vida. E, 44% eram de outros mercados ou valores. Nesse 1º trimestre, somente 35% foi do Minha Casa Minha Vida e 65% de outras categorias. Isso está acontecendo nos lançamentos e nas vendas também. Um total de 52% de vendas de unidades do 1º trimestre de 2021 eram do Minha Casa Minha Vida, caiu para 50% no mesmo período em 2022. Agora, somente 34% das 48 mil unidades são do MCMV”, salientou Petrucci.
As vendas acumuladas no último ano, nas 207 praças, fecharam num total de 303 mil unidades vendidas. Foram R$ 39 bilhões de VGV (Valor Geral de Vendas). O valor é similar aos trimestres passados, sendo que o mercado do MCMV perdeu espaço por falta de rentabilidade, o que desestimulou as construtoras. “Nós estamos trabalhando muito mais em outros mercados, do que no mercado do Minha Casa Minha Vida”, disse Petrucci.
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