Por Nelson Azevedo (*) [email protected]
Em resumo, para que a Zona Franca de Manaus alcance uma maior independência dos incentivos fiscais e se mantenha competitiva, é necessário investir na infraestrutura de logística de transportes, energia renovável e comunicação. Essas melhorias impulsionarão o desenvolvimento econômico sustentável, fortalecendo a região e sua posição como um centro de inovação e negócios na Amazônia. Recursos não faltam, a ZFM coloca o Amazonas entre os 8 maiores contribuintes da Receita Federal. Faltam, tão-somente medidas, ajustes e apertos, pois o abraço para o primeiro passo já foi dado.
A Zona Franca de Manaus (ZFM), reconhecida – e provavelmente será mantida em suas contrapartidas fiscais na reforma fiscal, ora no Senado Federal – vai-se tornar um destino ainda mais atraente para investimentos econômicos na medida em que seja assegurada, de direito e de fato, sua competitividade, ou seja, o provimento estratégico e urgente da necessária infraestrutura competitiva.
Somente assim, para garantir sua transição e independência progressiva dos incentivos, essa economia de acertos – que envolve a Amazônia Ocidental mais o Estado do Amapá – poderá contribuir, mais ainda, com a arrecadação nacional – e ser integrada e inserida no sumário da política industrial, econômica, ambiental, científica, tecnológica e cultural do Brasil. Ou seja, fortalecer sua competitividade, a curto, médio e longo prazo, é essencial para desenvolver, em patamares similares ao Sudeste, a infraestrutura na logística de transportes, energia renovável e comunicação de voz, dados e conteúdo.
Hidrovias da cabotagem
Entre os gargalos que impõem gastos exorbitantes na planilha exorbitante das empresas está a logística de transporte. Tornar essa infraestrutura eficiente é fundamental para facilitar o fluxo de mercadorias dentro e fora da ZFM. Investimentos em portos, balizamento de hidrovias para priorizar a cabotagem, a recuperação/manutenção das rodovias existentes e inserção do modal de ferrovias modernas e bem-mantidas, garantirão um sistema de transporte rápido e confiável, reduzindo os custos e aumentando a eficiência para as empresas que operam na região. E todos vão ganhar com isso, especialmente os cofres da União.
Compromisso climático
Além disso, cabe lembrar que São Paulo é o maior beneficiário das fontes renováveis da eletricidade, com as usinas da Amazônia, onde a disponibilidade de energia renovável e acessível é abundante. É preciso rever essa equação. Afinal, energia da Amazônia para a Amazônia, é um fator crucial para a competitividade da ZFM.
Investimentos em fontes de energia limpa, como solar, eólica e biomassa, não apenas reduzirão os custos de produção para as empresas, mas também contribuirão para a sustentabilidade ambiental da região, alinhando-se ao compromisso climático cada vez mais importante e emergencial.
O abraço da infraestrutura
As soluções dependem da vontade política, temos clareza disso, no caso comunicação de voz, dados e conteúdos, principalmente. O Brasil precisa abraçar a energia da Amazônia.
Trata-se de um item que desempenha um papel vital na competitividade da ZFM.
O acesso rápido e confiável à internet de alta velocidade e à infraestrutura de telecomunicações permite que as empresas se conectem globalmente, facilitando o comércio eletrônico, a comunicação empresarial e a troca de informações em tempo real. Investimentos nessa área, a resposta da economia será praticamente imediata e garantirão que a ZFM esteja em pé de igualdade com outras regiões competitivas do mundo.
Indústria, o suporte da bioeconomia
Além dos incentivos fiscais, a ZFM possui outras conquistas econômicas significativas. Ao longo dos anos, testemunhou um crescimento industrial impressionante em diversos setores, como eletrônicos, computação, duas rodas, químicos e muito mais.
Essa diversidade industrial oferece um enorme potencial para investidores interessados em aproveitar as cadeias de valor existentes ou estabelecer novas parcerias. Não foi por outra razão que a equipe responsável pela reforma fiscal estabeleceu a bioeconomia como o passo seguinte da transição.
SUFRAMA e IDESAM
A ZFM também desempenha um papel importante na criação de empregos, oferecendo oportunidades de trabalho para milhares de pessoas na região.
O compromisso com o empreendedorismo, a inovação e as práticas empresariais sustentáveis contribui para o desenvolvimento social e econômico da região, promovendo a melhoria da qualidade de vida e impulsionando a bioeconomia local/regional.
Desenvolver sustentavelmente ilhas de bioeconomia na Amazônia, como recomenda o PPBio da SUFRAMA, gerenciado pelo IDESAM, significa proteção florestal com desenvolvimento sustentável.
Medidas, ajustes e apertos
Em resumo, para que a Zona Franca de Manaus alcance uma maior independência dos incentivos fiscais e se mantenha competitiva, é necessário investir na infraestrutura de logística de transportes, energia renovável e comunicação.
Essas melhorias impulsionarão o desenvolvimento econômico sustentável, fortalecendo a região e sua posição como um centro de inovação e negócios na Amazônia.
Recursos não faltam a ZFM coloca o Amazonas entre os 8 maiores contribuintes da Receita Federal. Faltam, tão-somente medidas, ajustes e apertos, pois o abraço para o primeiro passo já foi dado.
(*) Nelson é economista, empresário e presidente do Sindicato da Indústria Metalúrgica, Metalomecânica e de Materiais Elétricos de Manaus, conselheiro do CIEAM e vice-presidente da FIEAM e diretor da CNI.