Manaus–AM – Um dos principais gargalos regionais e uma das bandeiras prioritárias
da classe política do Amazonas pode se tornar realidade em breve: a pavimentação da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho e, consequentemente, o estado do Amazonas ao restante do País.
Nesta terça-feira, 11/6, há previsão de que o Ministério dos Transportes apresente o relatório final do grupo de trabalho responsável pela análise do projeto de pavimentação da rodovia.
Leia também: A ministra e a BR-319: a melhor forma de proteger a floresta é atribuir-lhe função econômica
Conforme informações preliminares, o relatório aponta que a obra é tecnicamente viável e ambientalmente sustentável, com um custo estimado em aproximadamente R$ 2 bilhões. O assunto foi destacado pelo presidente da Aleam, Roberto Cidade.
“Tornar a BR-319 transitável em toda a sua extensão não é capricho nosso, mas uma questão de sobrevivência. Esse relatório reforça o que sempre defendemos e, com a rodovia recuperada, teremos melhoria econômica, social e logística. Sofremos muito durante a pandemia da Covid-19 e durante a estiagem. Nossa luta agora será para que o Governo Federal cumpra com seu papel e nos tire do isolamento”, declarou o deputado Roberto Cidade, presidente da Aleam.
Após a divulgação preliminar do relatório, pelo site Valor Econômico, o governador do Amazonas, Wilson Lima (UB), colocou o Executivo Estadual à disposição do Governo Federal para acelerar o processo de repavimentação da BR-319.
“Parabenizo o grupo de trabalho pelo relatório e coloco o Estado à disposição para agilizar esse processo no que for necessário. A BR-319 é fundamental para o desenvolvimento social e econômico da Amazônia e do Brasil. Vamos para cima!”, falou o governador.
A BR-319 se estende por 900 quilômetros e liga Manaus a Porto Velho. Inaugurada na década de 1970, a rodovia está há anos praticamente intrafegável devido à falta de manutenção adequada.
Embora seja uma demanda antiga, a pavimentação da rodovia enfrenta resistência da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e de outros órgãos ambientais.
“O relatório mostra que a não pavimentação da BR-319 é o que prejudica a preservação. A ausência de pavimentação não garantiu a preservação ambiental e o respeito às comunidades tradicionais. Pelo contrário, a pouca acessibilidade e, consequentemente, menor presença do Estado, reforçam a criminalidade e o desmatamento. Essa é uma obra importantíssima para a nossa integração e proteção regional. Sabemos que a resistência da ministra Marina é grande, mas tenho certeza de que esse estudo poderá ser um avanço para o convencimento de que a obra é tecnicamente viável e ambientalmente sustentável”, reforçou Roberto Cidade.
O relatório aponta maneiras de garantir a preservação e, ao mesmo tempo, oferecer uma alternativa de ligação rodoviária entre Manaus e Porto Velho. Entre as medidas está o cercamento de uma extensão de 500 quilômetros no chamado “Trecho do Meio”, além da instalação de 172 passagens para que os animais da região possam atravessar
a rodovia.
Leia mais:
Braga comemora abertura de licitação de trecho de 20 km da BR-319
Estrada parque: projeto do Ministério dos Transportes para pavimentar rodovia BR-319
BR-319: DNIT-AM apresenta a deputados situação e planos de reconstrução da rodovia