Popularmente conhecida como ‘dor de cabeça’, a cefaleia é a sétima doença mais incapacitante do globo e atinge cerca de 140 milhões de brasileiros, o equivalente a mais da metade da população (65%) de 215 milhões de pessoas, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), o que ressalta a importância de reconhecer a gravidade da condição, que vai além de um simples desconforto temporário, demandando cuidados especializados.
Tal é sua relevância que, em 19 de maio, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate à Cefaleia, uma campanha que visa educar sobre os sintomas, tratamentos e prevenção das diversas manifestações da doença, que afeta cerca de 40% da população da Terra, segundo a Organização Mundial da Saúde.
Entre as formas mais comuns, destacam-se a cefaleia tensional, descrita como uma pressão constante ao redor da cabeça ou uma sensação de “faixa apertada”; a cefaleia em salvas, caracterizada por dores agudas localizadas “atrás” dos olhos; e a enxaqueca, caracterizada por uma dor pulsante (unilateral ou bilateral), muitas vezes acompanhada de náuseas e distúrbios visuais.
Mas além dessas formas primárias (onde a dor de cabeça é a própria condição), existem também as secundárias, quando a dor de cabeça é um sintoma de outra doença, como tumor cerebral ou hipertensão intracraniana, entre outros problemas neurológicos.
“Quando se trata de tratamentos medicamentosos para aliviar as sensações da cefaleia, a melhor abordagem depende do tipo e da intensidade da dor. Para casos isolados e não recorrentes, pode ser administrado um medicamento isento de prescrição. No entanto, se os sintomas forem recorrentes, é aconselhável procurar um especialista para uma avaliação específica da condição. Ignorar isso pode comprometer o diagnóstico de um problema mais grave”, afirma Arthur Emídio, supervisor farmacêutico das redes FarmaBem e Flexfarma.
O profissional destaca que as farmácias desempenham um papel vital, não apenas no fornecimento de medicamentos, mas também na orientação dos pacientes para evitar a automedicação, que pode ocultar condições de saúde mais sérias.
“Medicamentos de venda livre estão disponíveis, mas a consulta profissional é essencial para determinar o tratamento mais apropriado e para investigar possíveis causas subjacentes da cefaleia, que pode estar ligada a infecções, lesões ou outros distúrbios”, enfatiza Emídio.
Comportamento
Segundo a SBCe, a enxaqueca é o distúrbio mais comum de cefaleia. Esse tipo de dor de cabeça está ligado ao estilo de vida do paciente. Fatores como sedentarismo, tabagismo, obesidade, dieta inadequada e transtornos emocionais podem influenciar sua ocorrência. Assim, o tratamento pode envolver uma equipe multidisciplinar, incluindo neurologistas, dentistas, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas.
Deuzilene Casado, nutricionista da Santo Remédio Flag Ship, destaca a hidratação como um elemento chave: “Um organismo hidratado melhora o funcionamento do corpo, inclusive do sistema circulatório, fundamental para que as dores diminuam”, explica.
Além disso, ela sugere o alho como um aliado contra a enxaqueca, graças às suas propriedades anti-inflamatórias, recomendando seu consumo cru em saladas ou outras preparações culinárias.”
Certos alimentos, como queijos envelhecidos, alimentos processados, cafeína em excesso e álcool podem desencadear ou piorar a cefaleia em algumas pessoas. Identificar e evitar esses gatilhos alimentares pode ajudar a reduzir a frequência e a gravidade das crises de cefaleia.
Uma alimentação rica em frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas magras pode ajudar a manter a saúde do sistema nervoso e reduzir a inflamação, contribuindo para a prevenção da cefaleia.
Alguns estudos sugerem que a suplementação de certos nutrientes, como magnésio, riboflavina (vitamina B2) e coenzima Q10, também pode ajudar a reduzir a frequência e a gravidade das crises de enxaqueca. No entanto, é importante conversar com um médico ou nutricionista antes de iniciar qualquer suplementação.
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