Entre abril de 2024 e março de 2025, a venda de medicamentos para tratar hipertensão arterial aumentou 26%, segundo levantamento da Interplayers, empresa especializada no setor farmacêutico. O dado acende um alerta sobre o avanço da doença silenciosa que afeta milhões de brasileiros e coloca o sistema cardiovascular sob risco.
Farmacêuticos reforçam atenção básica à saúde
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) destaca que as doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no país, com destaque para a doença arterial coronariana (DAC) e o acidente vascular cerebral (AVC).
De acordo com o Vigitel, estudo do Ministério da Saúde, quase 28% dos adultos brasileiros convivem com hipertensão – o maior índice da série histórica.
Diante do cenário preocupante, o acesso à prevenção e ao tratamento tem se expandido. Além dos serviços médicos públicos e privados, as farmácias passaram a exercer papel fundamental na atenção básica desde a sanção da Lei 13.021/2014, que reconhece as drogarias como estabelecimentos de saúde.
“Na prática, isso significa que drogarias e farmacêuticos estão à disposição para fornecer orientações iniciais aos pacientes, especialmente em relação ao tratamento indicado por médicos”, explica Jhonata Vasconcelos, supervisor farmacêutico da rede Santo Remédio.
Segundo ele, além de orientar sobre o uso correto dos medicamentos e equipamentos, os farmacêuticos também podem aferir a pressão e identificar sintomas que sugerem hipertensão.
Sintomas e fatores de risco da hipertensão
A hipertensão é muitas vezes assintomática, mas pode causar danos graves se não for diagnosticada e tratada a tempo. Dor de cabeça persistente, tontura, palpitações e visão turva são sinais de alerta que não devem ser ignorados.
Os principais fatores de risco incluem má alimentação, sedentarismo, envelhecimento e histórico familiar. “A hipertensão é traiçoeira porque, geralmente, não dá sinais evidentes. Muitas pessoas só descobrem após uma complicação grave”, alerta Vasconcelos.
Como é feito o controle da pressão arterial
O diagnóstico é realizado com medições repetidas da pressão arterial, feitas com aparelhos adequados em diferentes momentos e ambientes. Uma pessoa é considerada hipertensa quando apresenta pressão igual ou superior a 140/90 mmHg de forma contínua.
“Estamos capacitados para orientar sobre a técnica correta de aferição em casa, além da importância da adesão ao tratamento – mesmo quando a pessoa se sente bem”, afirma o farmacêutico.
O tratamento da hipertensão envolve mudanças no estilo de vida, como reduzir o consumo de sal, praticar atividades físicas, manter o peso ideal, evitar o tabagismo e moderar o consumo de bebidas alcoólicas. Em muitos casos, também é necessário o uso contínuo de medicamentos, sempre com acompanhamento profissional.
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