Manaus (AM) – Famílias de Japurá, Alvarães e Tefé receberam nesta sexta-feira (21/11) 1.600 novos cartões do Auxílio Estadual Permanente, programa de transferência de renda destinado a pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica no Amazonas. O benefício é de R$150 mensais e atende prioritariamente mulheres chefes de família, idosos, pessoas com deficiência e núcleos com dependentes — critérios definidos pela legislação do programa.
Os valores são destinados a despesas básicas, como alimentação, transporte e material escolar.
Na prática, o auxílio funciona como complemento de renda, principalmente para famílias que já recebem o Bolsa Família via CadÚnico.
Onde os cartões foram distribuídos
- Japurá → 300 novos cartões (total estimado: 1,3 mil famílias)
- Alvarães → 300 novos cartões (total estimado: 1,4 mil famílias)
- Tefé → 1.000 novos cartões (total estimado: 5,4 mil famílias)
Outras entregas estão previstas para Maraã, Uarini e Jutaí nas próximas semanas, ampliando a cobertura no Médio Solimões — região marcada por logística difícil, altos custos de alimentos e baixa oferta de empregos formais, fatores que pressionam índices de pobreza.
Voz do território: impacto no orçamento doméstico
Entre as beneficiárias, relatos apontam que o auxílio não resolve a falta de renda, mas ajuda a cobrir despesas imediatas, especialmente alimentação e educação dos filhos.
“Nem sempre tenho encomenda de trabalho. Esse dinheiro ajuda nas contas e no material escolar”, disse a empreendedora Ydelia Lopes, 32, moradora de Japurá.
Outra beneficiária descreve o uso para compra de rancho e cuidados com o filho:
“É complemento pra alimentação. Não resolve tudo, mas ajuda quando falta”, afirma Yeda Cruz, 28, de Alvarães.
Comparação com custo de vida: ajuda é simbólica, mas não estruturante
R$150 representam menos de 20% do custo médio de uma cesta básica em municípios do interior, segundo estimativas históricas do Dieese — não tenho certeza sobre dados específicos de Japurá, Tefé e Alvarães, pois não foram divulgados de forma atualizada.
Ainda assim, especialistas em políticas sociais defendem que programas complementares podem diminuir a insegurança alimentar, desde que não substituam políticas estruturais como geração de renda, educação profissional, saneamento e transporte fluvial.
Critérios para receber o benefício
Segundo regras do programa:
- ter 18 anos ou mais e ser responsável familiar
- estar no CadÚnico
- renda per capita até meio salário mínimo
- prioridade para famílias chefiadas por mulheres, com idosos ou pessoas com deficiência
O programa atende aproximadamente 300 mil famílias no estado e foi criado pela Lei nº 5.665/2021. O valor não é vinculado ao salário mínimo, mas a liberação depende de orçamento estadual.
Contexto amazônico: dependência de auxílios e vulnerabilidade persistente
A região do Médio Solimões vive dependência histórica de repasses públicos, alta informalidade e longas rotas fluviais que encarecem alimentos e dificultam acesso a serviços.
Assistência direta alivia a ponta, mas não resolve:
- falta de infraestrutura
- desigualdade territorial
- baixa oferta de emprego fora do setor público
- vulnerabilidade alimentar crescente
Programas de transferência podem amortecer crises, mas não substituem políticas estruturais — posição defendida por pesquisadores e movimentos sociais.
Leia mais:
- Como solicitar a segunda via do cartão do Auxílio Estadual: passo a passo
- Governo do AM antecipa pagamento do Auxílio Estadual de maio
- Governo do AM abre postos de atendimento para beneficiários do Auxílio Estadual nos PACs
- TJAM mantém lei que altera auxílios da Polícia Civil do Amazonas: entenda a decisão
Siga o canal do Portal Meu Amazonas no WhatsApp -CLIQUE AQUI
Fale com a Redação: E-mail: [email protected] e WhatsApp: (92) 99148-8431
