Amazonense Leva Mais de 7 Meses Para Pagar a Primeira CNH
Manaus (AM) – O cidadão amazonense que ambiciona obter a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) enfrenta um sacrifício financeiro que exige, em média, mais de sete meses de trabalho. O Amazonas se consolida como o terceiro estado brasileiro onde o tempo de espera para juntar o valor da primeira CNH é mais longo, ficando atrás apenas do Acre e da Bahia.
Este dado, que expõe uma severa desigualdade regional, calculado pela Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), demonstra o impacto direto na vida do residente no Estado. Para o amazonense, a dificuldade de acesso à CNH não é apenas um entrave burocrático, mas um fator de limitação no acesso a oportunidades de emprego e mobilidade.
A Matemática da Exclusão: Por Que a CNH Custa 7 Meses de Esforço no Amazonas
O cálculo da Senatran utiliza um critério de referência da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que estipula o limite saudável de comprometimento da renda mensal em 30% para um objetivo específico. Exceder este percentual, segundo a Febraban, aumenta o risco de endividamento e inadimplência familiar.
No Amazonas, os números são assertivos:
- Valor da CNH A+B (referência): R$ 2.706,67
- Renda Média Mensal per capita (AM): R$ 1.238
- Comprometimento Saudável (30% da renda): R$ 371,40 por mês
- Tempo Total para Obter o Valor: 7,29 meses
Portanto, a realidade socioeconômica do Amazonas exige que o cidadão destine todo o seu teto de comprometimento financeiro por quase um ano apenas para bancar o documento.
Desigualdade Regional Aprofunda Inacessibilidade da CNH
A disparidade no custo da CNH no Amazonas reflete a desigualdade de renda no país. Enquanto o Distrito Federal – líder em renda média per capita (R$ 3.444) – exige cerca de dois meses de comprometimento orçamentário para a CNH, o cenário no Norte e Nordeste é crítico.
Estados com menor renda, como Maranhão, Piauí e o próprio Amazonas, registram os menores números de motoristas habilitados (entre 1 mil e 2 mil a cada 10 mil habitantes), ao passo que o Distrito Federal atinge cerca de 5 mil por 10 mil habitantes. A renda média inferior a R$ 1,5 mil nestes estados, conforme dados da Senatran, é o principal obstáculo.
CNH Mais Acessível: A Proposta do Governo Federal
A urgência de baratear a CNH no Amazonas e no Brasil ganha força diante do contexto de exclusão: cerca de 20 milhões de brasileiros dirigem atualmente sem habilitação, um cenário perigoso e excludente.
O Ministério dos Transportes propõe um novo modelo para a obtenção da CNH, visando reduzir em até 80% o custo para as categorias A (motocicletas) e B (veículos de passeio). O objetivo é claro: reduzir desigualdades e ampliar o acesso, combatendo a insegurança jurídica e social.
Como o Novo Modelo Busca Baratear a CNH
Atualmente, 80% do valor total da CNH é consumido pelas aulas obrigatórias em autoescolas. O projeto em discussão propõe maior flexibilidade:
- Aulas Teóricas: O cidadão terá liberdade de escolha. O curso teórico poderá ser oferecido gratuitamente pela Senatran ou realizado em autoescolas.
- Aulas Práticas: A obrigatoriedade de carga horária mínima será eliminada. A prática poderá ser feita com instrutores autônomos devidamente credenciados pelos Detrans estaduais.
A iniciativa está aberta à participação popular na plataforma Participa + Brasil. O setor produtivo, entidades e a população podem contribuir com sugestões até o dia 2 de novembro, um prazo crucial para a construção de um projeto que impactará diretamente a vida do amazonense.
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