Manaus (AM) – Neste 28 de maio de 2025 completa um ano da morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido. A morte, inicialmente tratada como suspeita, desencadeou uma investigação que revelou um esquema envolvendo uso de cetamina e práticas de uma seita liderada por membros de sua própria família.
Trajetória no Boi Garantido
Natural de Parintins, Djidja ingressou no Boi Garantido e, em 2016, assumiu o posto de sinhazinha, defendendo o item 7 do Festival Folclórico de Parintins até 2020. Sua performance encantava o público, consolidando-a como uma das figuras mais queridas do boi vermelho e branco. Após deixar a arena, Djidja participou e venceu o reality show “Peladão a Bordo” em 2021 e passou a administrar o salão de beleza Belle Femme, com unidades em Manaus e Parintins.
A morte e o início das investigações
Djidja foi encontrada morta dentro do próprio quarto na casa onde morava com a mãe, na Zona Norte de Manaus. A suspeita inicial foi de overdose por cetamina, um anestésico de uso veterinário. O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou edema cerebral e depressão dos centros cardiorrespiratórios como causas da morte.
A partir daí, a Polícia Civil do Amazonas iniciou a Operação Mandrágora, que revelou a existência de uma seita chamada “Pai, Mãe, Vida”, liderada por sua mãe, Cleusimar, e seu irmão, Ademar.
Seita, crimes e condenações
As investigações apontaram que a seita promovia o uso de cetamina e outras substâncias entre familiares e funcionários do salão Belle Femme. Foram identificados crimes como tráfico de drogas, tortura com resultado morte, estupro de vulnerável, entre outros. Em dezembro de 2024, sete réus, incluindo Cleusimar e Ademar, foram condenados a mais de 10 anos de prisão e ao pagamento de quase R$ 500 mil em multas.
Legado e memória
Apesar da tragédia, Djidja Cardoso é lembrada com carinho por sua contribuição ao folclore amazonense. O Boi Garantido e fãs prestaram homenagens, destacando sua alegria e dedicação à cultura local. Sua história serve como alerta sobre os perigos do uso indiscriminado de substâncias e a importância de apoio psicológico e familiar.
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