Manaus (AM) – Uma denúncia revelada pelo Portal AM1 expôs o caso da paciente Priscila Ferreira da Silva, que contesta a versão divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), sobre complicações derivadas de uma cirurgia. A pasta havia classificado como fake news a informação sobre um possível erro médico durante um mutirão de cirurgias no Hospital e Maternidade Chapot Prevost, em Manaus.
Internada no Hospital e Pronto-Socorro Dr. Aristóteles Platão Bezerra de Araújo, Priscila gravou um vídeo para o AM1 mostrando as sequelas e relatando que teve o intestino perfurado após o procedimento de histerectomia.
“Fui submetida a uma cirurgia no Chapot Prevost, dentro do mutirão, na segunda-feira, dia 6. No meio do caminho pra casa, comecei a sentir muita dor”, contou.
Ao retornar à unidade, o mesmo médico que a operou teria dito que se tratava “apenas de gases”.
Diagnóstico no Platão Araújo confirmou a perfuração
Com o agravamento das dores, a família acionou o SAMU, que levou Priscila ao Hospital Platão Araújo na madrugada de sábado. Após uma tomografia, veio a confirmação: havia uma perfuração intestinal.
“Descobri aqui que meu intestino foi perfurado”, relatou a paciente.
Ela precisou passar por uma nova cirurgia — uma laparotomia exploradora — no domingo, 12 de outubro, para corrigir o problema. Como consequência, teve de usar uma colostomia e segue em recuperação.
SES-AM havia negado o erro médico
O vídeo gravado por Priscila foi uma resposta à nota divulgada pela SES-AM, que havia negado qualquer falha durante o mutirão.
“Estou há 14 dias me recuperando. Não é mentira, não é fake news. É tudo verdade. Vou pra casa com uma colostomia e ainda vou precisar de outra cirurgia pra reconstruir meu intestino. Não está sendo fácil”, desabafou.
Caso reacende debate sobre mutirões cirúrgicos no Amazonas
O caso, apurado pelo Portal AM1, aponta para a necessidade de rever protocolos sobre a segurança e o acompanhamento dos mutirões realizados na rede estadual de saúde do Amazonas.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a maioria das denúncias por negligência, imprudência ou imperícia está relacionada a procedimentos realizados em série, como mutirões.
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) deve abrir sindicância para avaliar a conduta dos profissionais envolvidos. O caso de Priscila aponta para o risco à vida de pacientes e o impacto financeiro das complicações sobre o sistema público de saúde.
VEJA O VÍDEO:
LEIA MAIS:
- MPAM denuncia colapso no atendimento do Hospital de Medicina Tropical do AM
- Estudantes de Medicina promovem ação sobre aleitamento materno em UBSs de Manacapuru
- Hospital Platão Araújo inaugura Centro de Simulação e Treinamento em Manaus
- Inaugurado em Manaus primeiro Hospital Público Veterinário do Amazonas
Siga o canal do Portal Meu Amazonas no WhatsApp -CLIQUE AQUI
Fale com a Redação: E-mail: [email protected] e WhatsApp: (92) 99148-8431
