Do encontro em Belém à Cúpula da Amazônia, entenda como a “Carta dos Jovens” moldou políticas e ativismo na região
Belém (PA) – Há dois anos, em agosto de 2023, Belém se tornou o epicentro de uma mobilização global. Enquanto líderes se preparavam para a histórica Cúpula da Amazônia, um movimento paralelo e igualmente crucial ganhava forma: o “Encontro de Adolescentes e Jovens em Defesa da Amazônia”, promovido pelo Unicef.
A iniciativa, que reuniu 100 jovens de 14 a 24 anos de nove estados brasileiros, não foi apenas um evento preparatório, mas um marco que demonstrou o protagonismo da nova geração na luta pela preservação e sustentabilidade.
O Legado da Cúpula da Amazônia: A Força da Juventude
A cúpula, que reuniu os oito países amazônicos, visava consolidar uma posição unificada sobre o futuro da floresta. Mas, por trás dos debates de alto nível, a juventude da região já estava delineando o caminho a seguir. A principal conquista do encontro do Unicef foi a elaboração da “Carta de Adolescentes e Jovens da Amazônia”, um documento que compilou as principais reivindicações e propostas dessa geração.
Esse documento, entregue a autoridades e posteriormente incorporado às discussões da Cúpula, destacou o impacto direto das mudanças climáticas na vida de comunidades tradicionais, indígenas e ribeirinhas.
Como Mário Volpi, coordenador do Selo Unicef, explicou na época, “para cuidar da Amazônia é preciso ouvir, respeitar e assegurar a participação das pessoas que vivem neste território”.
A fala de Volpi ressalta a importância de colocar as populações mais vulneráveis — e que sofrem os impactos mais severos do aumento da temperatura, cheias e secas dos rios — no centro do debate sobre o desenvolvimento sustentável.
O Protagonismo na Agenda Climática e seus Desdobramentos
A “Carta dos Jovens” não foi um simples documento protocolar. Ela se tornou uma ferramenta de advocacy, utilizada por ativistas para cobrar ações concretas. O evento, parte dos Diálogos Amazônicos, serviu como um palco para debates cruciais sobre temas como:
- Participação Social de Adolescentes: Como jovens podem ativamente moldar políticas públicas.
- Comunidades Tradicionais e Liderança: O papel insubstituível dos povos originários na defesa da floresta.
- Igualdade de Gênero: A inclusão das perspectivas de meninas e mulheres na agenda ambiental.
- Cadeias Produtivas Sustentáveis: A transição para uma economia que valorize a floresta em pé, incluindo o turismo de base comunitária.
Ainda em 2023, o documento final da Cúpula da Amazônia foi entregue na Cúpula da ONU, ressaltando o compromisso de diversos países com a agenda climática global. Hoje, dois anos depois, a influência e o legado da Cúpula da Amazônia se manifestam na crescente participação de jovens em fóruns de discussão e na criação de novas políticas voltadas para a juventude e o meio ambiente em nível regional e nacional.
A inclusão da voz jovem na Cúpula da Amazônia não apenas validou suas preocupações, mas também estabeleceu um precedente importante: a luta pela Amazônia é uma luta geracional, e a nova geração está pronta para liderar.
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