Manaus (AM) – A atriz amazonense Isabela Catão, bacharel em Teatro pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), faz parte do elenco do filme “Motel Destino”, do cineasta brasileiro Karim Aïnouz, que concorre à Palma de Ouro, principal premiação do Festival de Cannes, mais importante evento de cinema mundial.
A seleção para entrar no elenco do longa foi uma árdua peneira, como conta a própria Isabela.
Esses foram apenas os primeiros momentos do processo de seleção, fases que Isabela Catão foi passando e avançando rumo a ganhar um papel no filme.
“Eu passei para a terceira fase, que foi no Ceará, presencial, com o Karim, a Luciana e a Nina, fiz duas etapas durante a minha estada no Ceará com outros atores. Então, ao todo, foram quatro testes”, relata.
Isabela concorreu com mais de 500 atores e atrizes. Uma vez conquistada a vaga no elenco, a atriz seguiu para Beberibe, no interior do Ceará, onde a produção foi filmada.
“Foram três semanas de estada em Beberibe, que foi a cidade onde a gente filmou, mas eles já estavam filmando antes”, detalha Isabela, sobre sua participação na obra.
A amazonense não poupa elogios ao laureado diretor Karim Aïnouz.
“Eu acho ele um diretor extremamente cuidadoso. A gente fala assim, nossa que bom que as pessoas estão reconhecendo o seu trabalho, mas às vezes a gente trabalha com diretores que não são tão cuidadosos, sabe?”, afirma a atriz.
“Eu acho que o Karim tem um diferencial, ele tem muita sensibilidade e ta experiência com cinema, então ele traz tranquilidade para a gente, uma segurança”, elogia Isabela, que classifica a experiência como “sensacional”.
Cenas íntimas
Isabela Catão faz questão de dar destaque especial ao processo de filmagem das cenas íntimas das quais participa em “Motel Destino”.
“A minha personagem é a Marta, e ela é uma motoqueira que anda pelas estradas, então, ela tem cenas íntimas com os personagens”, conta.
“Ele teve um cuidado muito forte, tinha um dublês lá, caso a gente não se sentisse confortável em fazer cenas mais íntimas, tinha um cuidado sempre de perguntar se estava tudo bem, se eu estava confortável, o que eu precisava para me sentir mais à vontade na cena”, relata.
Prata da Casa
Formada em teatro pela UEA, Isabela Catão não esquece que os alicerces de sua carreira estão fincados no Amazonas.
“Me formei na UEA, na estadual de teatro, e minha carreira iniciou-se no Ateliê 23, no teatro, e também trabalhando com outros diretores de teatro. Depois, acabei indo mais para o cinema e trabalhando com diretores de cinema de Manaus”, lembra.
Mesmo com a notoriedade que está ganhando ao trabalhar com um renomado diretor do cinema nacional, e já tendo trabalhado em outras produções de alcance nacional, Isabela não vislumbra uma carreira nacional com muita facilidade.
“Olha, eu não tenho muita perspectiva, não. Porque é muito difícil furar a bolha, sinceramente falando. Acho que o Karim é um dos poucos diretores que olham para os atores, para além de seguidores ou de uma visibilidade blockbuster, entendeu? Então eu acho que indo devagar, fazendo seu trabalho e tentando conseguir” define.
Quanto à ida a Cannes, para participar de um dos maiores eventos do cinema mundial, Isabela Catão diz que é igualmente incerta. “Ainda não tenho essa resposta. É muito caro”, diz.