A noite deste domingo (2) marcou um momento histórico para o cinema brasileiro. A 97ª edição do Oscar®, realizada em Los Angeles, contou com a presença de Fernanda Torres, protagonista do filme Ainda Estou Aqui, que concorre em três categorias: Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz.
O longa, primeiro filme original Globoplay a alcançar tal projeção, tem sido aclamado pela crítica e pelo público, consolidando-se como um marco na cinematografia nacional.
Ao passar pelo tapete vermelho, Fernanda Torres parou para conceder entrevistas e expressar sua emoção.
“Inacreditável ser indicada. É incrível, um filme em língua portuguesa, sem uma verba muito grande, e aconteceu. Estou muito orgulhosa e agradecida por tudo. Estou feliz de estar aqui”, declarou ao canal E!. A atriz também revelou que acordou ansiosa, mas que, ao chegar ao evento, a angústia deu lugar à alegria. “Agora passou, estou ótima”, completou.
Fernanda ainda compartilhou um momento especial com sua mãe, a lendária Fernanda Montenegro, que também integra o elenco do filme.
“Ela estava emocionada e falando que esse filme extrapolou a própria cultura. É muito incrível quando isso acontece”, contou. Questionada sobre um possível discurso de agradecimento, a atriz foi categórica: “Não. Não preparo discurso”.
Um filme que transcende fronteiras
Ainda Estou Aqui narra a história real de Eunice Paiva (interpretada por Fernanda Torres e, na segunda fase, por Fernanda Montenegro), que liderou sua família após o desaparecimento do marido, o deputado cassado Rubens Paiva (Selton Mello), durante a ditadura militar no Brasil. O longa, dirigido por Andrucha Waddington, marido de Fernanda Torres, já havia conquistado o público e a crítica em festivais internacionais, como o de Veneza, onde venceu o prêmio de Melhor Roteiro.
A trajetória de sucesso do filme inclui mais de 50 seleções em festivais e 26 premiações no Brasil e no mundo. Além disso, Ainda Estou Aqui foi vencedor do Goya de Melhor Filme Ibero-Americano e de seis prêmios no Gold Derby Awards, um dos principais sites de crítica norte-americana. Fernanda Torres também foi premiada no Globo de Ouro e no Satellite Awards como Melhor Atriz em Drama.
Sucesso além das telas
O impacto do filme ultrapassou as salas de cinema. Durante o Carnaval de Olinda, Fernanda Torres foi homenageada com um boneco gigante, que desfilou pelas ruas da cidade.
“Virar boneco de Olinda, isso sim é consagração. Hoje, eu vi um túnel com as pessoas falando meu nome, isso é incrível”, celebrou a atriz.
No tapete vermelho do Oscar, Fernanda chamou a atenção com um vestido da Chanel, feito sob medida, com detalhes em plumas e um toque de glamour que combinou com a magnitude do evento. A produção foi registrada em um fashion film dirigido por Andrucha Waddington e compartilhado nas redes sociais da atriz, gerando grande expectativa antes da cerimônia.
Reconhecimento e emoção
O sucesso de Ainda Estou Aqui também ressoou entre os familiares de Eunice e Rubens Paiva. Em entrevista, Chico Paiva, neto do casal, falou sobre a emoção de sua mãe, Vera Paiva, ao assistir ao filme.
“Bateu de forma diferente. A forma que eu mais me conectei com a história da minha família”, disse. O longa, que já atraiu mais de 5 milhões de espectadores nos cinemas brasileiros e arrecadou mais de US$ 27 milhões mundialmente, continua em exibição em países como Estados Unidos, Portugal, França, Itália, Espanha e Austrália.
Um marco para o cinema brasileiro
Ainda Estou Aqui não apenas conta uma história real e emocionante, mas também representa um avanço significativo para o cinema nacional.
Com um elenco estelar que inclui Fernanda Montenegro, Selton Mello, Valentina Herszage, Antonio Saboia, Olivia Torres, Dan Stulbach, Humberto Carrão, Camila Márdila e Daniel Dantas, o filme é um testemunho da força da narrativa brasileira no cenário global.
Enquanto aguardamos o desfecho da noite do Oscar, uma coisa é certa: Fernanda Torres e Ainda Estou Aqui já conquistaram um lugar especial na história do cinema. Seja com estatuetas ou não, o filme e sua protagonista já provaram que a arte brasileira tem o poder de emocionar, inspirar e transcender fronteiras.
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