Primeiro grupo feminino de samba e pagode do Amazonas celebra a data valorizando protagonismo e tradição
Samba com as Moças celebra protagonismo feminino no Dia Nacional do Samba
Manaus (AM) – O Brasil se aproxima de 2 de dezembro com a mesma reverência de sempre: o Dia Nacional do Samba, data que confirma o lugar do gênero como alma viva do país. No Amazonas, onde o ritmo ainda carrega marcas de um cenário majoritariamente masculino, um grupo feminino decidiu virar o jogo — e conseguiu.
O Samba com as Moças, primeiro coletivo de samba e pagode formado apenas por mulheres no estado, segue puxando o coro há seis anos e mostrando que tradição também floresce nas mãos delas.
Raiz, coragem e ruptura
Criado em 2018 por Alessandra Vieira e Thayane Rios, o grupo nasceu de um incômodo revelador. As duas se conheceram em um coletivo de percussionistas no WhatsApp e, ali, notaram que eram as únicas mulheres. A fagulha veio rápida: por que não formar um grupo feminino que encarasse o samba de frente?
A ideia soou ousada — e necessária. Foram dois anos vasculhando Manaus atrás de instrumentistas que cantassem e tocassem samba, um desafio típico de um gênero complexo e, no Amazonas, ainda pouco ocupado por mulheres. A carência virou combustível. Se faltavam referências, elas criariam as suas.
O primeiro show veio em 20 de janeiro de 2020, durante a tradicional festa de São Sebastião, no Largo homônimo, no Centro de Manaus.
A formação que sustenta o batuque
Hoje, o Samba com as Moças reúne cinco integrantes:
– Alessandra Vieira – surdo, voz principal e liderança do grupo
– Thayane Rios – tantã e bateria
– Liriel Natário – violão e voz
– Rose Vieira – cavaco e voz
– Tacyara Santos – pandeiro e caixa
Cada uma traz uma história própria na música, experiências que se encontram no palco e moldam o estilo firme, afinado e esteticamente cuidadoso que virou marca do grupo.
Repertório que atravessa épocas
A banda soma quatro músicas autorais, costuradas a clássicos de Clara Nunes, João Nogueira, Dona Ivone Lara, Alcione, Beth Carvalho e Zeca Pagodinho. Também passeiam por pagodes dos anos 90, sambas-enredo e hits contemporâneos. Tudo sem abandonar o fio que sustenta a identidade do grupo: o respeito pelo samba de raiz.
Um passo que abre caminho
Se hoje o Amazonas já vê outros grupos femininos surgindo na cena, é porque alguém abriu a primeira roda. As Moças fizeram isso — com coragem, paciência e muito balanço. No Dia Nacional do Samba, a celebração ganha mais sentido quando ecoa a voz de quem insistiu em existir onde quase não havia espaço.
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