Licença ambiental autoriza operação do entreposto e amplia renda de famílias ribeirinhas no Médio Solimões
Manaus (AM) – O governo do Amazonas autorizou o funcionamento de um entreposto flutuante destinado ao processamento de jacarés manejados na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Médio Solimões. A licença, emitida pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), garante que a estrutura opere com regularização ambiental e sanitária.
A iniciativa fortalece a cadeia de produção sustentável conduzida pela comunidade do setor Jarauá, com apoio técnico do Instituto Mamirauá.
“Damos um passo importante para complementar a renda dessas famílias. Essa licença é fundamental para viabilizar a estrutura na várzea”, disse o governador Wilson Lima.
Primeiro entreposto flutuante totalmente licenciado do país
A unidade é o primeiro estabelecimento flutuante do Brasil com licenças ambientais e de inspeção sanitária completas, além de ser o primeiro modelo nacional a receber dispensa ambiental formal. A estrutura, projetada para operar em áreas de várzea, oferece melhores condições de trabalho e segurança às comunidades envolvidas.
O Instituto Mamirauá acompanha a atividade desde os anos 2000, integrando pesquisa científica e práticas tradicionais das populações locais.
Plano para novo ciclo de produção até 2026
O manejo do jacaré já tinha autorização federal emitida em 2020 pelo Ibama para o ciclo anterior. Com a nova dispensa ambiental do Ipaam, será apresentado ao Ibama um novo plano para obter autorização federal para o ciclo de 2026 — etapa necessária para continuidade da atividade.
Retorno financeiro e impacto comunitário
O setor Jarauá é uma das áreas com maior potencial produtivo da reserva. A cota máxima é de 500 jacarés por ano, conforme monitoramento atual. Estimativas de ciclos anteriores indicam retorno anual entre R$ 230 mil e R$ 240 mil para as comunidades.
A atividade complementa outras cadeias sustentáveis, como a pesca e o manejo do pirarucu, fortalecendo a renda local.
“É uma conquista grande para a comunidade. Lutamos anos por essa licença”, afirma Adelson da Silva Oliveira, presidente da associação e manejador há 16 anos.
“O manejo é um ganho a mais na renda de cerca de 40 famílias, além de outras comunidades parceiras.”
Desenvolvimento sustentável no interior
Criada como a primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, Mamirauá se consolida como referência em modelos produtivos que conciliam conservação, renda e permanência no território para populações tradicionais.
A nova licença reforça iniciativas que buscam manter a economia ativa dentro da floresta, com gestão comunitária e sustentabilidade ambiental.
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