Antes de Hamish Harding, Stockton Rush, Paul-Henri Nargeolet, Shahzada e Sulaiman Dawood embarcarem no submarino ‘Titan’ para explorar os destroços do Titanic no fundo do Oceano Atlântico, outros já haviam se aventurado nessa jornada.
Em relatos compartilhados, esses viajantes das profundezas do oceano confessam que essa é uma viagem ‘onde a morte está sempre presente”.
“A morte está sempre à espreita”
No ano passado, o escritor norte-americano Mike Reiss embarcou na viagem. Ele,que é produtor dos ‘The Simpsons’, sabia que era uma aventura perigosa e decidiu levar papel para escrever. Disse que queria ter algo onde pudesse registrar algumas piadas finais, caso o submersível não retornasse à superfície.
“A morte está sempre à espreita, está sempre no fundo da sua mente”, disse Reiss, de 63 anos, ao The Post. “Antes mesmo de entrar no barco, há um longo contrato de renúncia que menciona a morte três vezes na primeira página.”
Reiss afirma que o submarino é simples e confortável, e apesar do entusiasmo e até mesmo do medo, a viagem foi tão tranquila que ele chegou a adormecer pelo caminho.
Em caso de acidente, “as chances de sobrevivência são mínimas”
Em 2001, o jornalista do The Sun, Martin Phillips, fez a arriscada viagem e recorda que foi uma mistura de entusiasmo e terror.
Ele contou que ganhou a viagem após um empresário britânico vencer um prêmio promovido pelo jornal e comprar os direitos de uma expedição para promover seu novo site de mergulho, oferecendo a oportunidade de viajar a vários meios de comunicação social. Martin foi um dos contemplados.
Morte no Submarino
A Guarda Costeira dos EUA anunciou na quinta-feira (22), após dias de intensa busca, que foram encontrados fragmentos de detritos do Titan a quase 500 metros da proa do naufrágio do Titanic, a uma profundidade de cerca de 3.800 metros.
A pressão no submersível Titan, que levava cinco pessoas, era tão intensa que sua implosão provavelmente ocorreu em uma fração de milissegundo. A informação partiu de Aileen Maria Marty, ex-oficial da Marinha e professora de medicina de catástrofes da Universidade Internacional da Flórida, em entrevista à CNN.
A especialista explicou que o cérebro humano não é capaz de compreender uma situação tão rápida. “A estrutura teria colapsado antes mesmo que os ocupantes percebessem que havia um problema”, afirmou.
Em uma implosão, um objeto colapsa repentinamente quando a pressão externa é maior que a interna.
Esse fenômeno ocorre em uma proporção inversa à de uma explosão. Um pequeno defeito estrutural pode desencadear uma catástrofe em grandes profundidades.
Segundo Marty, os ocupantes do Titan morreram sem sequer perceber que estavam prestes a morrer. “Em última análise, entre as muitas maneiras de morrer, essa foi indolor.”
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