Manaus (AM) – A acareação marcada para esta quinta-feira (4) deve esclarecer as divergências entre a médica Juliana Brasil Santos e a técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva sobre a aplicação de adrenalina no menino Benício Xavier, de 6 anos. O delegado Marcelo Martins, responsável pelo caso, confirmou que as duas serão colocadas frente a frente para explicar contradições registradas nos depoimentos.
Por que a acareação foi marcada
Martins afirmou que os relatos apresentados no dia 28 de novembro não coincidem. Segundo ele, cada profissional descreveu os fatos de forma distinta, o que impede o avanço do inquérito.
“Cada uma relata, sob seu ponto de vista, fatos diferentes. A acareação serve para sanar essas dúvidas e esclarecer como tudo aconteceu”, disse o delegado.
O que disse a médica Juliana Brasil Santos
A médica reconheceu erro na prescrição da adrenalina, conforme relatório hospitalar enviado à polícia.
O advogado Felipe Braga explicou que Juliana utilizou o sistema eletrônico do Hospital Santa Júlia, que pode ter alterado automaticamente a via de administração.
Segundo a defesa, o erro ocorreu “no calor do momento”, e falhas no sistema contribuíram para o equívoco.
O que declarou a técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva
Raiza disse ter aplicado a adrenalina exatamente como constava na prescrição, por via intravenosa e sem diluição.
Ela afirmou que estava sozinha no procedimento e avisou a mãe do menino. Disse ainda que só aplicou uma das três doses previstas e que chamou a médica ao notar a piora.
Com apenas sete meses de formação, declarou não ter autonomia para modificar a orientação médica.
Contexto da investigação
Em 26 de novembro, o CREMAM abriu processo ético contra a médica. O Hospital Santa Júlia afastou ambas as profissionais. A Polícia Civil investiga o caso como homicídio doloso qualificado. A Justiça negou a prisão preventiva solicitada contra Juliana.
Como ocorreu a morte de Benício Xavier
Benício foi levado ao hospital no dia 22 de novembro com suspeita de laringite. A família relatou que ele recebeu três doses de 3 ml de adrenalina intravenosa em intervalos de 30 minutos. Após a aplicação, o menino apresentou palidez, membros arroxeados e dor no peito.
Ele foi encaminhado para a UTI, sofreu seis paradas cardíacas e morreu às 2h55 do dia 23 de novembro.
VEJA O MOMENTO EM QUE ELAS CHEGAM NA DELEGACIA
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