Manaus (AM) – A advogada Nicolly Menezes denunciou nesta sexta-feira (11) o próprio companheiro, o motorista de aplicativo Yor Pereira, por agressões físicas, psicológicas e cárcere privado. A denúncia foi formalizada na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), na zona centro-sul da capital.
Segundo Nicolly, os abusos começaram em março, mas se intensificaram nos últimos três dias, quando ela foi mantida presa dentro de casa, sem acesso à água, enquanto se recuperava de um aborto espontâneo.
“Tudo começou quando eu perdi meu filho. Eu estava grávida, perdi meu filho numa sexta-feira. Ele me deixou sozinha na maternidade e, após isso, sumiu por três dias. Me deixando sem água, sem nada”, relatou.
Com cinco meses de relacionamento, o casal já morava junto. A advogada conta que, por vergonha e abalada emocionalmente, pediu afastamento do trabalho no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). Foi durante esse período que as agressões se agravaram.
“As agressões foram principalmente psicológicas, mas tão profundas quanto as físicas. Como advogada criminalista, que já atuou em casos da Lei Maria da Penha, o mais doloroso foi me ver na posição de vítima”, desabafou Nicolly.
A vítima só conseguiu se libertar após pedir ajuda ao síndico do condomínio, que impediu o agressor de acessar o prédio. Desde então, ela está em local seguro e sob proteção.
“Na segunda-feira eu pedi que ele não fosse mais ao condomínio. Mesmo assim, ele voltou na quarta. Uma vizinha contou que ele ficou cerca de 40 minutos tentando subir. Já não estava mais lá, fui resgatada e levada para um lugar onde estou escondida”, completou.
Nicolly ainda revelou que o suspeito já possui histórico de violência doméstica, mas que em casos anteriores a companheira retirou a denúncia. Ela, no entanto, afirma que pretende seguir com o processo até o fim.
“Eu não vou retirar. Quero que ele pague por tudo que fez. Só percebi que estava sendo vítima de violência quando li as mensagens de ameaça e mandei os prints para uma jornalista. Foi quando a ficha caiu”, finalizou.
O caso segue sob investigação da DECCM centro-sul.
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