Manaus (AM) – O delegado Marcelo Martins, responsável pela investigação sobre a morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, afirmou nesta quarta-feira (17) que a criança não teve chance de sobreviver diante de uma sequência de erros cometidos durante o atendimento médico.
Em entrevista à imprensa, o delegado explicou que as provas reunidas apontam que as falhas não se limitaram a uma única profissional. Segundo ele, há responsabilidade compartilhada entre diferentes integrantes da equipe médica que atuaram no caso.
Falhas no atendimento médico
Segundo a investigação, um dos médicos não realizou a intubação imediata da criança, apesar da indicação clínica. Além disso, a equipe não solicitou a avaliação de especialistas necessários, como pediatra e anestesista, mesmo diante da gravidade do quadro.
O delegado informou ainda que havia indicação de uma medicação com ação seletiva no coração, capaz de reduzir a frequência cardíaca sem afetar outras funções vitais. A equipe poderia ter usado esse recurso para estabilizar Benício, mas não adotou o procedimento.
Sequência de erros e sofrimento
Outro erro grave apontado foi a liberação da alimentação, algo contraindicado naquela situação. Além disso, ao tentar realizar a intubação, não foram seguidos os protocolos adequados para retirada do conteúdo alimentar, agravando o estado da criança.
“O Benício não teve chance nenhuma. Houve erros sucessivos. Houve várias oportunidades de fazer o correto, mas não aproveitadas”, afirmou o delegado.
Segundo ele, o menino sofreu intensamente, o que embasa a tese de dolo eventual na investigação.
Responsabilizações
Atualmente, a investigação responsabiliza a médica Juliana Brasil e outra profissional envolvida, mas Marcelo Martins destacou que outros personagens também contribuíram para o desfecho trágico e poderão responder judicialmente.
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