Manaus, 14 de junho de 2024 — Nesta sexta-feira, cinco policiais militares foram presos em uma operação coordenada pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM), em conjunto com as polícias Civil e Militar.
A ação, batizada de “Audácia”, resultou na detenção dos agentes da polícia por envolvimento com o tráfico de drogas em Manaus. Outros três policiais são considerados foragidos.
As prisões ocorreram após uma investigação conduzida pela 60ª Promotoria Especializada no Controle Externo da Atividade Policial (Proceap/MPAM), em parceria com o Departamento de Justiça e Disciplina (DJD) das polícias Civil e Militar. Ao todo, foram cumpridos oito mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão.
Contexto da Operação
A operação “Audácia” iniciou-se após uma denúncia anônima via disque-denúncia 181, indicando que uma grande quantidade de drogas estava sendo manuseada por policiais militares na rua Ana Nogueira, no bairro Educandos, Zona Sul de Manaus.
A investigação revelou que oito PMs, sendo quatro do Batalhão de Policiamento de Trânsito e quatro da 2ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), estavam envolvidos no crime.
Modus Operandi
Segundo o promotor de Justiça Armando Gurgel Maia, titular da Proceap, os policiais usaram viaturas oficiais para transportar as drogas. Ainda segundo o promotor, no dia 17 de maio, eles colocaram 16 sacos de fibra, com capacidade para 50 quilos cada, numa viatura do Instituto de Ensino de Segurança Pública (IESP) e uma mochila vermelha em outra viatura da 2ª Cicom.
A audácia foi tamanha que a operação de transporte foi registrada como patrulhamento ostensivo na 2ª Cicom.
“Posteriormente, apuramos que houve um registro dos policiais na 2ª Cicom de que estavam fazendo patrulhamento ostensivo naquele lugar e encontraram quatro indivíduos — um deles portando esse saco de fibra desse mesmo tipo — e eles, ao verem a viatura, empreenderam fuga”, explicou o promotor.
Prisões e Procedimentos
Dos cinco PMs presos, um se entregou na sede do MPAM minutos antes da coletiva de imprensa.
Os detidos, encaminhados ao Centro de Detenção da Polícia Militar, serão ouvidos em oitivas.
Durante a operação, foram apreendidas pistolas e munições, que serão periciadas. Caso sejam de propriedade da corporação, serão devolvidas à PM; caso contrário, permanecerão sob custódia.
Repercussão e Desdobramentos
O coronel Nilo Corrêa, diretor do Departamento de Justiça e Disciplina (DJD) da PMAM, destacou que a responsabilidade administrativa dos policiais envolvidos passará por investigação.
“Sendo comprovados estes crimes, isso pode culminar com a exclusão dos quadros da PMAM”, afirmou.
A operação continua em andamento, com três PMs ainda foragidos. As autoridades aguardam os resultados de outras buscas e investigações para concluir a denúncia, determinando se os oito PMs estavam traficando ou se se tratava de “arrocho”, ou seja, droga apreendida de outro traficante.
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