Ação conjunta com ICMBio e Funai integra nova fase das operações contra garimpo na região do Jutaí
Manaus (AM) – A Polícia Federal inutilizou dez dragas ilegais usadas na extração clandestina de ouro no Rio Bóia, no município de Jutaí, sudoeste do Amazonas. A ofensiva ocorreu entre 22 e 24 de novembro e contou com participação de equipes do ICMBio e da Funai, dentro da Operação Hekurawetaris III, que integra um conjunto de ações de enfrentamento ao garimpo na região desde 2023.
As imagens registradas pelos agentes mostram embarcações incendiadas e estruturas metálicas destruídas às margens do rio. As coordenadas visíveis nas fotografias confirmam a atuação em diferentes pontos da calha do Bóia, área onde o garimpo ilegal tem avançado nos últimos anos segundo relatórios públicos do ICMBio e do Ministério do Meio Ambiente.
Região marcada pela presença recorrente do garimpo
O município de Jutaí faz parte da região conhecida pelo histórico de dragas ilegais operando em rios como Jutaí, Jutaizinho, Boia e Juruá. Estudos do ICMBio e dados de operações anteriores já haviam apontado a presença constante de estruturas de mineração que se deslocam entre trechos remotos e de difícil vigilância.
Desde 2021, ações federais como as operações Juruá, Eldorado e Hekurawetaris vêm registrando apreensões e destruição de balsas semelhantes na área, o que confirma um padrão persistente de retorno das dragas após as fiscalizações.
Operação segue modelo já adotado pelo governo federal
A inutilização das dragas segue o procedimento previsto nas portarias e diretrizes federais para situações em que os equipamentos são usados em crime ambiental e representam risco de retomada imediata da atividade ilegal. A própria PF destacou que, diante dos impactos à região, destruir as estruturas era “indispensável”.
Esse método já foi adotado em outras operações na Amazônia — incluindo ações no Madeira, no Tapajós e no próprio Jutaí — e é respaldado legalmente quando não há condições de remoção segura dos equipamentos.
Articulação entre PF, ICMBio e Funai
A ação no Rio Bóia reuniu três órgãos que atuam de forma conjunta contra crimes ambientais em áreas federais:
- PF – responsável pela investigação e repressão criminal;
- ICMBio – encarregado da fiscalização ambiental em unidades de conservação e áreas sensíveis;
- Funai – responsável pela proteção de territórios e povos indígenas, especialmente onde o garimpo avança sobre rotas tradicionais.
A cooperação entre esses órgãos tem sido recorrente na região, inclusive em fases anteriores da mesma operação.
Pressão contínua sobre áreas sensíveis
O Rio Bóia corre por áreas de mata densa, próximas a territórios indígenas e unidades de conservação que têm histórico documentado de pressão por parte do garimpo. Relatórios federais já apontaram riscos de:
- contaminação dos rios por sedimentos,
- impactos sobre peixes e pesca local,
- avanço de frentes ilegais sobre áreas protegidas,
- aumento de conflitos territoriais.
A PF afirma que manterá ações permanentes na região para impedir o retorno dos equipamentos.
VEJA FOTOS:






Fotos: Dragas ilegais em chamas durante operação da PF, ICMBio e Funai no Rio Bóia, em Jutaí – Fotos: Polícia Federal
Veja vídeo da operação:
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