Manaus (AM) – Nesta quinta-feira (22/2), o ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu à sede da Polícia Federal (PF) para prestar depoimento no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado. O ex-chefe do Executivo chegou à PF às 14h20 e entrou pela garagem.
A defesa de Bolsonaro afirmou que ele permanecerá em silêncio durante o interrogatório. Apesar de tentativas de adiamento, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou os pedidos para que Bolsonaro não comparecesse à audiência, alegando que os autos da investigação já foram disponibilizados para a equipe de defesa.
Os depoimentos de Bolsonaro e outros investigados ocorrem simultaneamente na PF como estratégia para evitar a coordenação de versões entre eles. Esta ação faz parte da operação Tempus Veritatis, iniciada em 8 de fevereiro para investigar a disseminação de desinformação sobre o sistema eletrônico de votação e a tentativa de subverter o Estado Democrático de Direito através de um golpe de Estado.
Entre os investigados que prestam esclarecimentos hoje estão:
- Augusto Heleno (general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Marcelo Costa Câmara (coronel do Exército)
- Mário Fernandes (ex-ministro substituto da Secretaria-Geral da Presidência)
- Tércio Arnaud (ex-assessor de Bolsonaro)
- Almir Garnier (ex-comandante geral da Marinha)
- Valdemar Costa Neto (presidente do PL)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa)
- Cleverson Ney Magalhães (coronel do Exército)
- Walter Souza Braga Netto (ex-ministro e ex-candidato a vice na chapa de Bolsonaro)
- Bernardo Romão Correia Neto (coronel do Exército)
- Bernardo Ferreira de Araújo Júnior
- Ronald Ferreira de Araújo Junior (oficial do Exército)
Depoimentos também serão colhidos em outros estados, incluindo Rio de Janeiro, Espírito Santo, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Parte da investigação se baseia em um vídeo de uma reunião ministerial ocorrida em 5 de julho de 2022, bem como em documentos de uma minuta golpista descobertos em operações conduzidas pela PF.
Investigadores da Polícia Federal acreditam que o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, poderá fornecer informações importantes para o andamento das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que resultou nos atentados de 8 de janeiro do ano passado, em Brasília.
Torres expressou a pessoas próximas sua disposição para colaborar com as autoridades e responder a todas as perguntas durante o depoimento.
Mais informações ao longo do dia.
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