Diplomacia do Exílio Conveniente
Eduardo Bolsonaro descobriu que Washington é mais receptiva que Brasília. Enquanto aqui enfrenta desgastes políticos, lá vira “perseguido” internacional. Convenientemente esquece que viajou por vontade própria, sem mandado de prisão. A estratégia? Transformar derrotas domésticas em vitórias de relações públicas no exterior. Quem diria que o “patriotismo” teria endereço fixo na Flórida.
O Complexo de Vira-Lata Globalizado
Nada mais brasileiro que achar que estrangeiros resolverão nossos problemas. Bolsonaristas, que pregam soberania, agora mendigam sanções dos EUA contra o STF. Ironia: os mesmos que acusam Moraes de “ativismo judicial” buscam intervenção do Magnitsky Act. Se dependessem deles, o lema da bandeira seria “Ordem, Progresso e Aprovação de Gringo”.
Trump Tower: Nova Sede do PL?
Eduardo trocou o plenário da Câmara pelo lobby em Miami. Sua meta? Virar o “Steve Bannon dos trópicos”, articulando uma Internacional Bolsonarista. Enquanto isso, no Brasil, o PL patina sem liderança. Parece que o partido adotou o modelo “home office”: a diretoria fica onde dá mais likes. Pelo menos a vista do apartamento é melhor que a do gabinete.
Magnitsky Act: Arma dos Perdedores
A lei americana criada para punir violadores de direitos humanos virou salvação para políticos encurralados. Bolsonaristas, que há dois anos chamavam ONGs de “globalistas”, agora imploram por sanções. O recado é claro: quando a democracia brasileira não lhes favorece, apelam para o Tio Sam. Coerência zero, oportunismo máximo.
Golpe Judicial? Só se For no X
Matt Gaetz, republicano acusado de tráfico sexual, dá lições sobre democracia brasileira. Enquanto isso, Tucker Carlson e Elon Musk – especialistas em fake news – viram árbitros da nossa Justiça. A estratégia é clara: criar um reality show de “Brasil vs. Ditadura” para consumo externo. O prêmio? Doações de eleitores americanos que mal sabem onde fica Brasília.
8 de Janeiro: O Gift para a Extrema-Direita Global
O ataque às instituições brasileiras foi o melhor presente para a rede internacional de ultradireita. De repente, bolsonaristas viraram “vítimas” em palestras de think tanks conservadores. Isabela Kalil tem razão: o Brasil entrou no circuito como atração principal. O próximo passo? Vender camisetas “Free Bolsonaro” na CPAC.
Moraes, o Vilão Conveniente
Alexandre de Moraes virou o bode expiatório perfeito: une ódio doméstico e apelo internacional. Bolsonaristas transformaram o ministro num personagem de filme B – o “Darth Vader do STF”. Ignoram que, sem suas decisões, talvez estivessem respondendo por golpe. Mas quem precisa de fatos quando se tem narrativas?
Direita Brasileira: Exportando Vergonha
Enquanto Chile e Colômbia exportam cobre e café, nós especializamos em escândalos. Eduardo e cia. fazem tour pelo hemisfério para mostrar “o Brasil que deu errado”. Resultado? Viraram piada entre diplomatas sérios. Até Javier Milei, o anarcocapitalista, deve achar exagero. Quando a política vira performance, o palco é o mundo – e o público ri.
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