O filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, está no foco da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot/Decor) em uma operação denominada Nexum. A operação, ocorrida nesta quinta-feira (24/8), também abrange outras quatro buscas e apreensões, bem como dois mandados de prisão preventiva.
A operação foi deflagrada contra um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
O mandado contra Jair Renan é cumprido em dois endereços: no apartamento onde ele mora em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e em um prédio no Sudoeste, área nobre de Brasília. O celular do filho do ex-presidente foi apreendido durante a operação.
Principal alvo e esquema revelados
O centro da operação é Maciel Carvalho, de 41 anos, considerado o mentor do esquema. Maciel, que já foi empresário de Jair Renan, possui antecedentes criminais por falsificação de documentos, estelionato, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documento falso e disparo de arma de fogo.
Ele foi detido durante a operação em Águas Claras. Eduardo dos Santos, também alvo de mandado de prisão, já era procurado pela polícia por um caso de homicídio.
Contexto de Jair Renan
Nascido em 1998, Jair Renan é o quarto dos cinco filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, fruto de seu relacionamento com Ana Cristina Siqueira Valle, uma de suas ex-esposas. Ele também é conhecido como “04”, devido à sua ordem de nascimento entre os descendentes do ex-presidente.
Desdobramentos e investigações anteriores
A Operação Nexum surge a partir de evidências coletadas em duas operações anteriores da Polícia Civil do Distrito Federal, a Succedere e a Falso Coach. Essas operações revelaram um esquema de fraudes abrangendo estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. O modus operandi incluía o uso de “laranjas” para ocultar a verdadeira propriedade de empresas fictícias ou de fachada, com o objetivo final de proteger o patrimônio dos envolvidos.
Laranjas e táticas fraudulentas
A investigação expôs uma associação criminosa que utilizava terceiros como “laranjas” para mascarar a verdadeira propriedade de empresas de fachada.
Antônio Amâncio Alves Mandarrari foi uma das identidades falsas usadas para abrir contas bancárias e figurar como proprietário dessas empresas fictícias.
Segundo a polícia, os investigados também falsificavam faturamentos e documentos das empresas, envolvendo contadores sem permissão, e realizavam transações financeiras suspeitas, inclusive possíveis transferências para o exterior.
Diligências e desfechos
A operação resultou em cumprimentos de mandados de busca e apreensão em diferentes locais, incluindo o apartamento de Jair Renan em Santa Catarina, onde ele atua como assessor do senador Jorge Seif (PL).
Operação Nexum
O nome da operação faz alusão ao antigo instituto contratual do direito romano, “nexum”, representando a passagem do dinheiro e transferência simbólica de direitos. A operação teve a participação de 35 policiais do Decor e da Divisão de Inteligência Policial da PCDF, bem como da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina.
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