Manaus (AM) – A concessão de uma licença para a construção de um aterro sanitário pela empresa Marquise, com a intenção de transferir o “lixão” para uma área de preservação no Tarumã, despertou debates na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). A sessão plenária desta segunda-feira (28) trouxe à tona preocupações sobre os impactos ambientais decorrentes da mudança.
População e Preocupações Ambientais:
Durante a sessão, o deputado João Luiz (Republicanos) ressaltou que a população não foi consultada sobre a decisão. Ele expressou inquietação quanto aos moradores locais, considerando que o rio está seco e diversos resíduos aparecem à medida que o “lixão” é transferido.
Além disso, o parlamentar destacou que moradores próximos estão manifestando oposição e apreensão devido à construção.
Questão Sanitária e Intervenção da Assembleia:
O deputado Wilker Barreto (Cidadania) alertou para a importância da intervenção da Assembleia nessa questão sanitária. Ele recordou que já havia expressado preocupações há dois anos sobre os perigos da instalação do aterro pela empresa Marquise.
O deputado defendeu a revogação imediata do licenciamento e pediu que a Comissão de Meio Ambiente da Assembleia e o Ipaam investigassem os danos ambientais já causados.
Posicionamento pela Revogação da Licença:
O deputado Rozenha (PMB) reforçou a necessidade de a Assembleia se posicionar pela revogação da licença. Ele enfatizou que a construção do aterro ocorreu de maneira obscura e discreta, prejudicando a conscientização pública sobre a gravidade do destino dos resíduos.
O deputado ressaltou que a postura da Assembleia terá impactos no futuro e condenou a presença de um “lixão” poluindo a bacia do Tarumã.
“O aterro foi construído de forma obscura, silenciosa e discreta com o intuito de não deixar a sociedade a par da gravidade da destinação do lixo. A posição que a Aleam tomar refletirá no futuro. É intolerável um lixão poluindo a bacia do Tarumã e tenho certeza de que esta Casa não vai tolerar tal absurdo”, enfatizou.
Mobilização Pela Causa Ambiental:
A deputada Alessandra Campêlo (Podemos) destacou o orgulho pela magnitude que o assunto alcançou, mobilizando a Assembleia, a Câmara Municipal de Manaus e a população em geral. Ela mencionou como áreas que costumavam ser propícias para banhos, como a Ponte da Bolívia e o Tarumãzinho, agora se transformaram em esgotos a céu aberto.
“Licenciar esse lixão vai contra tudo que se tem feito pelo ambiente, inclusive é hipocrisia mandar retirar flutuantes com o discurso de não poluir e permitir uma lixeira dessas. A Prefeitura de Manaus tem de procurar outra solução, até porque esta seria uma lixeira particular, ou seja, teríamos de pagar para poluir o nosso Rio Tarumã”, destacou.