Manaus (AM) – O senador Omar Aziz (PSD-AM) figura entre as autoridades que foram alvo de monitoramento pela “Abin Paralela” durante a gestão do presidente Jair Bolsonaro, conforme revelado em uma investigação conduzida pela Polícia Federal.
A lista de personalidades monitoradas foi divulgada pela TV Band na última sexta-feira (2).
Omar presidiu CPI da Covid
O parlamentar amazonense presidiu a CPI da Covid, que investigou as ações e omissões do governo federal durante a pandemia. Durante os trabalhos, Aziz teve confrontos intensos com membros do governo e enfrentou ataques pessoais do presidente Bolsonaro nas redes sociais. Este último foi condenado a indenizá-lo em R$ 30 mil por associá-lo à pedofilia.
Outros políticos alvos de espionagem
Além de Omar Aziz, a investigação apontou que outros senadores também foram alvos da espionagem da “Abin Paralela”, incluindo Otto Alencar, Rogério Carvalho, Humberto Costa, Alessandro Vieira, Renan Calheiros, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Randolfe Rodrigues.
De acordo com as apurações, o monitoramento ilegal era liderado por Alexandre Ramagem, delegado da PF e ex-diretor da Abin, sendo Carlos Bolsonaro, vereador pelo Rio de Janeiro e filho do ex-presidente, apontado como o responsável pelo esquema. Ambos negam envolvimento no esquema ilícito.
Na última segunda-feira (29), a Polícia Federal realizou buscas e apreensões em residências e gabinetes de políticos ligados ao núcleo que recebeu informações da “Abin Paralela”.
Mandados foram cumpridos na casa de Carlos Bolsonaro e em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio, além de uma residência em Angra dos Reis, onde a família Bolsonaro estava reunida.
Na quarta-feira (31), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) acesso ao inquérito, destacando a extrema gravidade das denúncias, que envolvem servidores públicos e o uso indevido do sistema de inteligência da Abin.
Pacheco ressaltou que, se confirmado, o monitoramento ilegal não apenas viola direitos individuais, mas também representa uma afronta às prerrogativas dos parlamentares, incluindo a garantia do livre exercício do mandato e o sigilo de suas fontes.
Além de solicitar a identificação dos deputados federais e senadores envolvidos, Pacheco pediu ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, relator do caso, informações sobre o procedimento adotado e o conteúdo do material relacionado aos congressistas, visando tomar medidas institucionais.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), por sua vez, negou qualquer possibilidade de uso político da Abin durante o governo de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
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