Manaus–AM – Membros do Partido Progressistas estão revoltados com a direção do partido. Mais de 20 dias após o início oficial da campanha política e com quase um mês até o pleito, os candidatos de Manaus ainda não receberam qualquer aporte financeiro para o custeio de materiais essenciais neste momento do processo eleitoral.
A reportagem teve acesso a um grupo no WhatsApp composto por membros do partido. Nele, os candidatos cobram um posicionamento e relatam que alguns nomes, com forte atuação dentro do Progressistas e com chance de obter votação expressiva, além dos candidatos a cargos majoritários, estariam sendo privilegiados com apoio robusto da sigla.
Veja o vídeo:
“Não há verba para material gráfico, alimentação, transporte e até para pagar as equipes que estão nas ruas. A preocupação é não termos como cumprir os compromissos firmados. O partido precisa oferecer o mínimo de estrutura para podermos ter condições de eleger candidatos do Progressistas. Em contrapartida, é nítido que alguns candidatos estão sendo favorecidos”, detalhou um dos filiados da sigla que preferiu não se identificar.
Rodrigo Sá ostenta relógios de luxo (Foto: Reprodução)
Falta de transparência
Os candidatos também questionaram o presidente estadual do partido, Rodrigo Sá, sobre a falta de transparência e informações sobre o Fundo Eleitoral.
“Engraçado que para alguns há, para outros não. A campanha dele, por exemplo, está pulverizada e com todo o apoio necessário. Será que só ele pode ser favorecido?”, questionou um candidato revoltado com a demora no repasse.
“Basta andar pelas ruas para ver pessoas fazendo bandeiraço em todo lugar. É material de todo tipo com o nome dele, enquanto nós não temos nada. Nem santinho podemos fazer porque não há recursos. Será que vão querer dar o dinheiro na véspera da eleição? Vão favorecer apenas alguns nomes e a direção do Progressistas?”, questionou outro candidato.
À frente do Progressistas desde março de 2023, Rodrigo Sá, que é candidato a vereador de Manaus e ex-diretor do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran), além de delegado da Polícia Civil, tem recebido críticas e é alvo de denúncias sobre suspeita de crescimento patrimonial ilícito.
Declaração de bens
Rodrigo Sá apareceu com a prestação de seus bens no site https://divulgacandcontas.tse.jus.br, apresentando bens acima da média de um servidor público estadual. O ex-diretor do órgão mostra um crescimento patrimonial desproporcional ao seu salário de R$ 28 mil mensais.
Membros do partido comentaram que em um curto espaço de tempo, Rodrigo Sá acumulou um patrimônio estimado em R$ 1,5 milhão, que inclui itens de luxo como um relógio Rolex avaliado em R$ 75 mil e outro relógio suíço da marca IWC Schaffhausen no valor de R$ 45 mil. Um aumento patrimonia de quase 60% em dois anos.
Ainda no site oficial que mostra as declarações de bens dos candidatos nas eleições de 2024, por meio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-diretor do Detran declara ter um veículo de luxo (Jetta), avaliado em R$ 200 mil, e um apartamento no Condomínio Unique, em uma das regiões nobres da cidade, no valor de R$ 960 mil.
O que chama atenção na declaração de bens de Rodrigo Sá é que, apesar de manter um alto padrão de vida, que exige uma boa quantia mensal para manutenção, ele mantém uma de suas contas bancárias com apenas R$ 5.307,52 e uma segunda conta completamente zerada.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a assessoria do partido e pediu posicionamento sobre as denúncias, porém, até a publicação da reportagem não obteve resposta. O espaço está aberto para esclarecimentos.