Brasília (DF)- A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo pelo crime de coação no curso do processo.
A denúncia, apresentada no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), investiga a atuação dos acusados junto ao governo dos Estados Unidos para promover sanções contra autoridades brasileiras.
Clima de instabilidade e temor
Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, Eduardo e Figueiredo ajudaram a criar um clima de instabilidade e temor, buscando intimidar o STF para evitar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro na trama golpista.
“Todo o percurso estratégico relatado confirma o dolo específico de Eduardo Bolsonaro e de Paulo Figueiredo de instaurar clima de instabilidade e de temor sobre autoridades brasileiras e a população”, afirmou.
Os acusados se apresentaram publicamente como articuladores das sanções e ameaçaram os ministros da Corte. Gonet acrescentou que eles “cobraram que não houvesse condenação criminal de Jair Bolsonaro na AP 2.668”.
Ameaçavam as autoridades judiciárias e de outros Poderes com a promessa de que conseguiriam de autoridades norte-americanas sanções dispostas para dificultar e arruinar suas vidas civis, mesmo no Brasil, se o processo criminal não tivesse o fim que desejavam ou se a anistia – extensiva necessária e prioritariamente a Jair Bolsonaro – não fosse pautada e conseguida no Congresso Nacional”, explicita a denúncia.
Paulo Figueiredo e Eduardo Bolsonaro
O ex-presidente Bolsonaro investigado pela Polícia Federal, não está denunciado. Ele cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Se o STF aceitar a denúncia, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo se tornarão réus, com relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Batista Figueiredo, reside nos EUA com visto permanente. Ele já havia sido investigado por difusão de notícias falsas relacionadas à trama golpista.
Eduardo Bolsonaro pediu licença da Câmara em março, voltou em julho, mas não retomou atividades parlamentares e permanece nos Estados Unidos buscando sanções contra o Brasil.
Em nota conjunta, os acusados desqualificaram a denúncia e afirmaram que seguirão atuando com “parceiros internacionais” para aplicar sanções a autoridades brasileiras.
“O recado é claro: o único caminho sustentável para o Brasil é uma anistia ampla, geral e irrestrita”, afirmaram.
*Com informações de agências.
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