Brasília (DF) – A Receita Federal acionou neste sábado (4/3) o Ministério Público Federal (MPF) para investigar o caso denunciado pelo O Estado de S. Paulo nesta sexta-feira (3/3) envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo a reportagem, o ex-presidente tentou receber joias enviadas como presente pela Arábia Saudita à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL). As joias teriam valor de R$ 16,5 milhões.
O caso ocorreu em 2021. Os possíveis crimes citados pela Receita Federal são os de contrabando e descaminho. Se o entendimento da procuradoria designada for pela possibilidade de lavagem de dinheiro, o procedimento será enviado à Procuradoria da República, em São Paulo, para investigação por varas especializadas.
Também neste sábado, o MPF foi acionado pela deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), com uma denúncia-crime pelo mesmo caso. Nesta sexta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou que vai oficiar nesta segunda-feira (6/3) a Polícia Federal, para que a instituição também abra inquérito sobre a denúncia.
O que diz Bolsonaro:
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, do partido PL, declarou que não houve tentativa por parte de membros de seu governo de ingressar no Brasil com um conjunto de joias em ouro e diamantes ilegalmente.
No ano passado, no entanto, um funcionário da Receita Federal apreendeu um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes, com valor total estimado em 3 milhões de euros (R$ 16,6 milhões), que tiveram sido destinados à ex -primeira-dama Michelle Bolsonaro como presente de representantes do governo da Arábia Saudita. O caso foi divulgado na sexta-feira (03/03) pelo jornal O Estado de São Paulo.
Bolsonaro afirmou que, embora Michelle pudesse utilizar as joias, elas deveriam ser construídas ao acervo da Presidência da República. Segundo o ex-presidente, a legislação estabelece que a primeira-dama pode usar as joias, mas não pode se desfazer delas. As declarações foram feitas por Bolsonaro durante sua participação na Conferência Conservadora da Direita Americana (CPAC), que está sendo realizada em um hotel na região metropolitana de Washington DC