Manaus (AM) – O líder do MDB no Senado, senador Eduardo Braga (AM), expressou duras críticas à atuação do presidente do Banco Central, Campos Neto, em relação à manutenção da taxa de juros em 13,75% durante a última reunião do Copom.
Em entrevista ao Congresso em Foco, o parlamentar ressaltou a importância de considerar a independência do Banco Central dentro dos limites legais.
Discussão sobre Taxa Selic, crédito rotativo e cheque especial
De acordo com o senador, o Senado possui mecanismos para fazer valer sua posição dentro do arcabouço legal estabelecido para a independência do Banco Central. Ele destacou a necessidade de discutir não apenas a taxa Selic, mas também questões relacionadas ao crédito rotativo do cartão de crédito e ao cheque especial no Brasil.
O mercado, segundo Braga, já sinaliza uma possível queda futura na taxa de juros, e o Senado tem o papel de pressionar o Banco Central nesse sentido.
“Não é que queremos mudar a regra do jogo. Não, dentro da regra estabelecida, na independência do Banco Central, o Senado tem mecanismos para fazer cumprir a sua posição e mecanismos. É só analisar o que está previsto na lei. Nós temos os mecanismos. Portanto, o Banco Central está na hora de levar em consideração que a independência do Banco Central está sob uma égide legal. Eles, portanto, precisam entender que há uma subordinação legal”, disse.
“Essa questão dos juros é um debate absolutamente necessário e não é apenas a taxa Selic que é necessário discutir, mas também essa questão do crédito rotativo do cartão de crédito no Brasil”, prosseguiu o senador. “Cheque especial é outra coisa absurda no Brasil e, na minha opinião, o mercado já vem sinalizando uma queda futura da taxa de juros, o arcabouço fiscal foi votado no Senado e voltou para a Câmara”, afirmou
O senador concorda com as críticas do presidente Lula em relação às altas taxas de juros praticadas pelo Banco Central.
Ele ressalta que a taxa de inflação no país está próxima do centro da meta e que o núcleo da inflação está em queda, o que indica a necessidade de o Banco Central levar em consideração a responsabilidade econômica e o crescimento do país ao definir sua política monetária.
Braga enfatizou que o Senado tem os meios para fazer valer sua posição e destacou que o Banco Central precisa compreender a subordinação legal existente em relação à sua independência.
Sabatina de 4 de julho
Ele mencionou a sabatina marcada para o dia 4 de julho como um momento importante para avaliar a atuação do Banco Central, mas não deu um prazo específico para tomar medidas. No entanto, afirmou que o Senado está cada vez mais firme em sua cobrança em relação ao Banco Central e que cumprirá seu papel dentro da lei estabelecida.
O senador acredita que a sabatina terá um impacto significativo e que as principais bancadas se posicionarão. Ele reitera o compromisso do Senado em fazer cumprir seu papel e destaca que, diante dos números econômicos, o comunicado do Banco Central não correspondeu às expectativas do mercado.
“Isso vai ditar então a sabatina do dia quatro, não tenho dúvida. Não sei se será um divisor de água, mas vai ter um tom. As maiores bancadas acho que vão se posicionar. Dentro da lei estabelecida, nós vamos fazer cumprir o nosso papel”, destacou o parlamentar amazonense.
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