Pesquisa indica que 30% dos jovens de 18 a 29 anos desejam relações com parceiros financeiramente mais estáveis. Pressão econômica redefine o namoro no Brasil
Crise econômica impulsiona a busca por parceiros financeiramente estáveis
As transformações econômicas que pressionam os jovens brasileiros estão alterando também a forma como a Geração Z se relaciona. Um estudo conduzido pela plataforma MeuPatrocínio com o Instituto Qualibest mostra que 30% dos jovens entre 18 e 29 anos têm interesse em relações hipergâmicas — quando um dos parceiros possui status financeiro e profissional significativamente superior.
O dado expõe um rearranjo silencioso nas escolhas afetivas, impulsionado pelo aumento do custo de vida, instabilidade profissional e desgaste emocional provocado pela falta de perspectiva econômica.
Jovens saem menos, namoram menos e calculam mais
Pesquisas internacionais, como a do DatingNews.com em parceria com o Kinsey Institute, mostram tendência semelhante:
- 43% dos jovens solteiros estão marcando menos encontros;
- 37% diminuíram a frequência de saídas;
- 33% relacionam a queda do romantismo ao custo de vida;
- Quase 25% afirmam que antecipariam um relacionamento apenas para dividir despesas.
No Brasil, o retrato se repete: muitos jovens evitam compromissos que envolvam gastos, empurrando mulheres da Geração Z para relações onde há segurança econômica e emocional.
Especialistas apontam impacto financeiro direto nas separações
Para Caio Bittencourt, especialista em comportamento afetivo, o peso econômico nas relações ficou incontornável:
“A escassez financeira é hoje um dos principais motores de separações. Os divórcios aumentaram 75% nos últimos cinco anos, e 60% têm relação direta com conflitos sobre dinheiro.”
Segundo ele, quem está emocionalmente esgotado prioriza conforto, estabilidade e apoio prático — e não romances instáveis.
Hipergamia ganha novos significados entre jovens mulheres
A pesquisa aponta que, para muitas jovens, a hipergamia deixou de ser associada apenas à troca material. Agora, o conceito inclui:
- Segurança financeira: evitar relações onde há tensão permanente com gastos básicos;
- Networking e oportunidades: parceiros mais experientes ampliam contatos e possibilidades profissionais;
- Mentoria e clareza emocional: presença de pessoas mais maduras reduz ruídos e jogos imaturos;
- Redução de estresse: estabilidade permite foco em carreira, estudo e saúde mental.
O movimento reflete uma Geração Z que cresceu sob crises consecutivas e rejeita relacionamentos que tragam mais instabilidade.
A questão central: pragmatismo ou fuga?
A hipergamia nunca deixou de existir, mas a motivação mudou.
Antes, era convenção social.
Agora, funciona como estratégia de sobrevivência emocional e financeira.
Em um país onde juventude, precarização e vínculos afetivos colidem diariamente, a pergunta que paira é outra: a hipergamia voltou por cálculo ou por cansaço?
A resposta — como tudo entre os jovens de hoje — é menos romântica e muito mais pragmática.
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