Manaus–AM – A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), por meio do Grupo de Articulação e Atuação Estratégica para Acesso à Justiça dos Grupos Vulneráveis e Vulnerabilizados (GAEGRUV), está promovendo uma ação crucial para capacitar os profissionais de saúde de São Gabriel da Cachoeira.
A medida foi articulada após uma série de atividades realizadas entre os dias 9 e 11 de outubro, convocadas pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), visando apurar denúncias de violência obstétrica e abordar os índices alarmantes de mortalidade infantil na região.
Índices de mortalidade infantil preocupam
Dados do Ministério da Saúde apontam que, no ano passado, São Gabriel da Cachoeira registrou 83 óbitos de crianças com menos de um ano, sendo que 55 dessas mortes foram consideradas evitáveis.
Essa realidade coloca o município entre os locais mais críticos em relação à mortalidade infantil no Amazonas.
Capacitação dos profissionais de saúde
Como resposta à situação, a Defensoria Pública, em parceria com o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Violência Obstétrica, firmou um compromisso com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) e a Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM) para implementar um curso de capacitação direcionado aos profissionais de saúde do município.
O curso, elaborado pela Semsa em um prazo de 60 dias, leva em conta a alta rotatividade dos servidores, e fará parte de uma agenda programada de treinamentos periódicos.
Atuação em campo e abordagem local
Durante a visita, a defensora pública Gabriela Ferreira Gonçalves destacou a importância de desenvolver estratégias de saúde baseadas nas necessidades específicas de São Gabriel da Cachoeira.
“Realizamos inspeções em Unidades Básicas de Saúde (UBS), na Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) e no Hospital de Guarnição. Também nos reunimos com gestores de saúde e representantes de movimentos sociais de mulheres para entender melhor os desafios locais”, explicou.
Participação de entidades civis e órgãos públicos
A mobilização contou com a presença de diversas entidades civis e órgãos públicos, incluindo a Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), Instituto Socioambiental (ISA), Rede de Mulheres Indígenas do Estado do Amazonas (Makira E’ta), Coletivo Humaniza, Ministério Público Federal (MPF), Procuradoria Federal Especializada da Funai, Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a SES-AM.
A iniciativa visa não apenas combater a violência obstétrica, mas também promover uma mudança significativa nos cuidados maternos e infantis na região, contribuindo para a redução dos altos índices de mortalidade.
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