Manaus (AM) – O Ministério Público do Amazonas (MPAM) e o Laboratório de Biologia e Genética Forense da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) anunciaram parceria estratégica para intensificar a busca por pessoas desaparecidas no estado. A iniciativa, que tem como principal ferramenta o perfil genético, visa otimizar os processos de identificação e localização de indivíduos desaparecidos.
Compartilhamento de perfis genéticos
A colaboração entre as duas instituições se baseia no compartilhamento de perfis genéticos, uma tecnologia cada vez mais utilizada em investigações criminais e na identificação de pessoas desaparecidas. Através da coleta de material genético de familiares e a comparação com amostras encontradas em cenas de crime ou restos mortais, é possível estabelecer vínculos genéticos e, consequentemente, identificar pessoas desaparecidas.
Para garantir a eficácia da parceria, o MPAM e a PC-AM estabeleceram cinco ações prioritárias:
- Padronização de pedidos de identificação genética: A inclusão de um pedido de identificação genética em todos os processos criminais será sugerida ao Centro de Apoio das Promotorias de Justiça Criminais (CAO-CRIM).
- Ampliação do banco de dados: Familiares de pessoas desaparecidas há mais de 30 dias serão encaminhados ao Laboratório de Genética Forense para a coleta de material genético, que será inserido no Banco Nacional de Perfis Genéticos.
- Capacitação de profissionais: O Ministério Público oferecerá cursos de aperfeiçoamento sobre a temática para membros da área criminal e incluirá um módulo sobre o assunto no curso de vitaliciamento de novos promotores.
- Integração entre instituições: Serão realizadas reuniões com os titulares de delegacias que atuam nos casos de desaparecimento para alinhar procedimentos e otimizar o fluxo de informações.
- Expansão da coleta de material genético: Será sugerida à coordenação nacional do Sistema Nacional de Localização e Identificação de Desaparecidos a possibilidade de coleta de material genético no momento do cadastro de desaparecidos.
Desafios
A promotora de Justiça Karla Cristina da Silva Reis, coordenadora do Plid, reconhece os desafios existentes, como a necessidade de melhorar a infraestrutura do laboratório e otimizar os fluxos de informações entre as instituições. No entanto, ela destaca a importância da parceria para fortalecer o combate ao desaparecimento de pessoas no Amazonas.
Leia mais:
Peritos em Manaus identificam vítima a partir de fragmento de ossos encontrados há 16 meses
Identificada ossada de bebê que pertencia à Débora, mulher grávida assassinada em Manaus