MANAUS (AM) – Manaus registrou uma diminuição de, aproximadamente, 41% na perda, não técnica, de energia elétrica. A constatação deu-se após análise realizada no mês de fevereiro pela concessionária Amazonas Energia.
A avaliação englobou cinco bairros de Manaus, onde já foram instalados o Sistema de Medição Centralizada (SMC). Na soma total de desperdício, antes da instalação do SMC a perda, nestas áreas, correspondia a 63,19%. E, após a instalação do aparelho e troca de cabeamento, baixou para 22,34%.
Os números foram obtidos por meio da diferença entre a quantidade de energia fornecida para as empresas e as casas instaladas nas regiões avaliadas, em comparação com a quantidade de energia efetivamente medida pelos novos equipamentos da concessionária. A concessionária registrou consumo de 14,3 MWh e o pagamento de 9 MWh.
Radyr Gomes, diretor Institucional da Amazonas Energia, ressalta outro ganho adicional para a população destes locais com a instalação do SMC: a diminuição da sobrecarga de energia e, consequentemente, o desligamento da rede elétrica e a queima de equipamentos.
Segundo ele, o desvio e as ligações clandestinas geram uma sobrecarga em nosso sistema. Os transformadores são colocados para suprir a demanda estimada de consumo, que é feita com base no valor pago. “Quando a retirada de energia é maior do que a prospectada, gera uma sobrecarga e as máquinas projetadas para um consumo normal não suportam este excedente ilegal, desligando ou até queimando”, explica.
Os novos equipamentos dificultam as ações danosas, mantendo o padrão projetado pelos técnicos da empresa. Por causa disso, o número de oscilações e quedas de energia por causa das ações ilegais caiu consideravelmente nessas áreas, resultando em uma energia de maior qualidade”, explicou Radyr Gomes.
A redução não implica em eliminação por completo do problema. Na avaliação de desempenho nos cinco bairros analisados – Cidade Nova, Lagoa Azul, Nova Cidade, Parque 10 e Planalto –, onde foram instalados mais de 15 mil aparelhos SMC, a perda de 22,34% corresponde a R$ 1,2 milhão que a empresa deixa de faturar. E, por consequência dessa perda, a Amazonas Energia acaba dispondo de menor quantidade de recursos para investir nas melhorias do sistema.
Investimentos
Nos últimos 4 anos, a concessionária investiu R$ 434 milhões em melhorias de rede e implantação de subestações, que beneficiaram mais de um milhão e meio de consumidores. “As melhorias vitais para a qualidade de vida da população não foram provenientes de lucro”, diz Radyr Gomes. De acordo com ele, a concessionária tem operado no vermelho desde a privatização, ocorrida em abril de 2019. “Do montante de energia fornecida, em média, a empresa fatura apenas 42% deste valor. O déficit acumulado no ano de 2022 ultrapassa a marca de R$ 400 milhões. No decorrer do primeiro trimestre de 2023, as ações de regularização de clientes propiciaram faturamento de R$ 23 milhões de energia consumida e não faturada”, detalha o diretor.
Conforme Radyr, o grupo que assumiu o comando da Amazonas Energia em 2019, tomou a firme decisão de colocar o cliente em primeiro lugar. “Os gastos supérfluos foram cortados e contratos revistos a fim de economizar o máximo possível. A empresa chegou a um ponto limite onde não há mais o que cortar internamente. É preciso reduzir as perdas externas.”
O diretor institucional da Amazonas Energia informa que os desvios, fraudes, irregularidades e ligações clandestinas são responsáveis por 99,17% das perdas não técnicas. “Não podemos penalizar o cliente regular, aquele que cumpre suas obrigações. Estamos focando esforços em combater aqueles que furtam energia sem se preocupar com o bem-estar dos demais”, ponderou Gomes.
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