AMAZÔNIA – Após o sucesso da primeira onça-pintada capturada neste ano, os pesquisadores do Instituto Mamirauá, que realizam pesquisas em conservação e ecologia de felinos na Amazônia Central, obtiveram êxito com mais uma onça, desta vez, uma fêmea
Capturado no dia 21 de março, no período da noite, após 27 dias de trabalho em campo na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (RDSM), o felino foi marcado com um colar de monitoramento GPS/VHF.
A equipe, que conta com uma veterinária, três biólogos, e dois assistentes de campo que são das comunidades da Reserva, já estavam felizes com a captura do macho apelidado de “Lula”, e agora comemoram a inclusão da onça “Marielle”, como foi chamada a nova fêmea, na pesquisa para dar continuidade à busca de mais resultados.
“Quanto mais onças capturadas, melhores são as aproximações e modelos ecológicos para entendermos o movimento desses animais na várzea”, explica o biólogo e mestre em Ecologia, Marcos Brito. “Além disso, um maior número de onças também é essencial para o monitoramento contínuo das doenças infecciosas que circulam na população desta área estudada, contribuindo para a criação de estratégias de conservação desses felinos. ”
Com a realização do exame clínico, a veterinária e doutora em Epidemiologia Experimental Aplicada às Zoonoses, Louise Maranhão, afirma que o animal estava em boas condições físicas corporais e idade estimada de nove anos, conforme aparentam os desgastes e colorações dentárias.
“Inclusive algumas alterações odontológicas verificadas são em decorrência da sua idade mais avançada”, comenta. “Além disso, há indícios de que ela esteja gestante, pois no exame de palpação abdominal foi detectada estrutura firme e esférica no útero. Com o monitoramento será possível confirmar essa hipótese. ” Outras alterações observadas foi uma dermatobiose, que é a presença de ectoparasitas, larvas da “mosca do berne” em sua pele.
“De um modo geral o estado de saúde foi satisfatório e com o sangue coletado vamos dar continuidade à avaliação de saúde por meio de exames bioquímicos e testes sobre diversos patógenos”, conta Louise.
Para os pesquisadores, o mais marcante dessa nova captura é a possibilidade da gestação da onça que só poderá ser comprovada com o monitoramento que deverá começar no mês de maio, com o início da cheia na região.
Outra surpresa foi o fato da onça cair no laço no primeiro dia após a reabertura dos mesmos, que tinham sido fechados por sete dias após a captura da primeira onça, que ocorreu no dia 13 de março.
*Com os informações da assessoria
- Mais da metade dos manauaras vive em favelas, revela Censo 2022
- 19ª Feira Tecnológica da Fucapi: Inovações para Preservação dos Biomas Amazônicos
- Agenda cultural da semana em Manaus: Espetáculos regionais e especial Halloween
- David Almeida define prioridades para novo mandato com reforço da segurança em Manaus
- David Almeida é reeleito prefeito de Manaus e promete reunir forças para nova gestão