O Brasil entrou para a história do cinema mundial na noite deste domingo (2). O filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e protagonizado por Fernanda Torres, conquistou o Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional, a primeira estatueta do Brasil na categoria.
A vitória, celebrada no Dolby Theatre, em Los Angeles, emocionou a equipe do filme e milhões de brasileiros que acompanharam a cerimônia ao vivo.
O longa, que já havia encantado plateias em festivais como Veneza e Toronto, superou favoritos como Emilia Pérez (13 indicações), Garota da Agulha (Dinamarca), A Semana do Fruto Sagrado (Alemanha) e Flow (Letônia). Agora, ele carrega não só o prêmio mais cobiçado do cinema, mas também o orgulho de ser o primeiro filme brasileiro a vencer na categoria.
O Discurso de Walter Salles
Ao receber a estatueta, Walter Salles dedicou o prêmio a Eunice Paiva, a personagem real que inspirou o filme, e às atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, que a interpretaram.
“Primeiramente, obrigado em nome do cinema brasileiro. Estou muito honrado de receber esse prêmio entre um grupo de cineastas tão extraordinários”, começou ele. “Esse prêmio vai para uma mulher que, durante uma perda sofrida em um regime autoritário, decidiu não se curvar e resistir. Então, esse prêmio vai para ela. O nome dela é Eunice Paiva. E também vai para as duas mulheres incríveis que a interpretaram, Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.”
Uma Jornada de Superação
“Ainda Estou Aqui” narra a vida de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres e, na fase mais madura, por Fernanda Montenegro. Após o desaparecimento do marido, o deputado Rubens Paiva (Selton Mello), durante a ditadura militar no Brasil, Eunice precisou assumir o papel de líder da família, enfrentando desafios emocionais e políticos.
O filme é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice, e retrata a luta da família para descobrir o paradeiro de Rubens, levado de casa por militares em janeiro de 1971.
O Impacto do Filme no Brasil e no Mundo
“Ainda Estou Aqui” não só conquistou o Oscar, mas também emplacou três indicações nas categorias principais: Melhor Filme Internacional, Melhor Filme e Melhor Atriz (Fernanda Torres).
O longa já havia acumulado 38 prêmios antes da noite do Oscar, incluindo o Globo de Ouro, o Prêmio Goya (o mais importante da Espanha) e o Prêmio de Melhor Roteiro no Festival de Veneza, onde foi aplaudido de pé por 10 minutos.
No Brasil, o filme já havia sido aclamado pelo público e pela crítica, levando mais de 5 milhões de espectadores às salas de cinema somente no Brasil.
O Caminho até o Oscar
A trajetória do filme até o Oscar foi marcada por uma campanha intensa de fãs e da equipe.
Desde o anúncio dos indicados, em 23 de janeiro, o clima de torcida tomou conta do Brasil, com mobilizações nas redes sociais e na imprensa para impulsionar a obra.
Walter Salles, que já havia vivido a expectativa do Oscar com Central do Brasil em 1999, finalmente viu seu trabalho ser reconhecido pela Academia.
“Essa estatueta é um tributo à coragem de Eunice Paiva e de tantas outras mulheres que lutaram por justiça em um dos períodos mais sombrios do Brasil. É também uma celebração do cinema brasileiro, que tem tanto a oferecer ao mundo”, disse o diretor.
Reações no Brasil
A vitória no Oscar foi celebrada por personalidades brasileiras. No Twitter, a hashtag #AindaEstouAqui ficou entre os assuntos mais comentados. O presidente da Academia Brasileira de Cinema, Roberto Lima, declarou:
“Esse prêmio é um marco para o cinema nacional. Mostra que nossas histórias têm relevância e potência global.”
Assista ao Trailer
Para quem ainda não assistiu, o trailer de “Ainda Estou Aqui” , veja no vídeo:
Com essa vitória, o cinema brasileiro ganha novo fôlego no mercado internacional. Produtores já anunciaram investimentos em novos projetos que contam histórias brasileiras com potencial.
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