Manaus -AM – A produção cinematográfica O Último Azul (The Blue Trail), dirigida por Gabriel Mascaro e gravado em Manaus, Manacapuru e Novo Airão, no Amazonas, acabou de ganhar o URSO DE PRATA, no Festival de Berlim 2025. O longa recebeu também outros dois prêmios importantes: o Prêmio do Júri Ecumênico, o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost. A cerimônia realizada neste sábado (22), entregou a estatueta do Urso de Prata ao filme brasileiro, segundo maior da categoria.
Com uma narrativa sensível e potente, “O Último Azul” aborda temas como envelhecimento, liberdade e resiliência em um Brasil distópico.
História
O filme conta a história de Teresa, uma mulher de 77 anos que vive em uma cidade industrial na Amazônia e recebe uma ordem do governo para se mudar para uma colônia de idosos. Recusando-se a aceitar esse destino, ela embarca em uma jornada pelos rios amazônicos em busca de realizar um último desejo antes que sua liberdade lhe seja tirada.
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Grande Elenco
O longa, protagonizado por Denise Weinberg, conta com Rodrigo Santoro, Adanilo e Miriam Socarrás no elenco. “O Último Azul” é o primeiro filme brasileiro a concorrer ao Urso de Ouro desde 2020, reforça a presença do cinema nacional no cenário global.
O reconhecimento internacional de O Último Azul no Festival de Berlim 2025 trouxe um sentimento de orgulho e valorização para o cinema brasileiro.
O diretor Gabriel Mascaro, emocionado com o prêmio, destacou o significado da obra:
“O Último Azul fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para encontrar um propósito na vida. Muito obrigado!”, disse ele, relembrando também seus trabalhos anteriores, Boi Neon e Divino Amor.
Rodrigo Santoro, um dos protagonistas do filme, ressaltou a importância desse reconhecimento para o audiovisual nacional:
“Esse prêmio evidencia o valor do cinema brasileiro e ajuda a levá-lo a outros países. O Brasil precisa ser descoberto pelo mundo. Nosso país é incrível, temos um potencial absurdo. Ser reconhecido com essa relevância, pelo cinema, tem a ver com o nosso amadurecimento como nação.”
A atriz Denise Weinberg destacou como a premiação representa um momento especial para os artistas brasileiros:
“Receber esse prêmio é um resgate da dignidade e da autoestima para nós, artistas brasileiros. Como diz Fernanda Torres, a vida presta! O cinema brasileiro está se projetando internacionalmente com muita consciência do que está fazendo.”
Paisagens
Com paisagens deslumbrantes da região amazônica, o filme traduz visualmente a imensidão e a riqueza natural do Brasil, contrastando com a dura realidade dos personagens.
A cinematografia assinada por Guillermo Garza captura a grandiosidade dos rios e florestas, tornando a paisagem um elemento narrativo essencial.
Reconhecimento internacional e impacto cultural
O Prêmio do Júri Ecumênico reconhece filmes que abordam questões humanas, sociais e espirituais de maneira impactante. Segundo Gabriel Mascaro, receber essa premiação foi emocionante:
“Eu venho de um país onde enfrentamos desafios sobre a aceitação de diferentes perspectivas e religiões. Estou muito feliz por ver o cinema unindo pessoas pela arte e diversidade.”
Já o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost é concedido pelo público leitor do jornal alemão.
Segundo os jurados, o filme “aborda a idade, a liberdade e a amizade em um mundo distópico de forma alegre e colorida”.
O Urso de Prata é o segundo prêmio mais importante do Festival.
Elenco de peso e produção internacional
Além de Denise Weinberg, Rodrigo Santoro interpreta Cadu, enquanto Adanilo e Miriam Socarrás dão vida a outros personagens centrais da trama.
O longa é uma coprodução entre Brasil (Globofilmes), México, Chile e Países Baixos, com distribuição da Vitrine Filmes no Brasil.
Estreia no Brasil
O filme tem previsão de lançamento nos cinemas brasileiros ainda em 2025 e deve emocionar o público com sua história envolvente e belas imagens da Amazônia.