Manacapuru ( AM) – O cenário Beiradão Amazônico, traduzido em cores, elementos e personagens tomou a arena do Parque do Ingá na apresentação da Flor Matizada, agremiação que deu início ao 25º Festival de Cirandas de Manacapuru (distante a 68 quilômetros de Manaus).
Cultura e economia
A primeira noite, nesta sexta-feira, dia 2 de setembro, reuniu um público de 10 mil pessoas no Cirandódromo, para prestigiar o festival, promovido pelas cirandas (Flor Matizada, Guerreiros Mura e Tradicional), com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa e da Prefeitura de Manacapuru.
Defendendo o tema Muricariuas, figura lendária que na etnia Sateré Mawé significa “Feiticeiro das Águas”, a lilás e branco, abriu passagem e saiu em busca do título de campeã de 2023.
A presidente da Flor Matizada, Vanessa Mendonça, momentos antes da apresentação, compartilhou a expectativa.
“Confio muito no nosso trabalho, confio na nossa paixão pela Flor Matizada com certeza será uma grandiosa apresentação e vamos emocionar muito esse público”, disse. E ela acertou. A torcida Família Matizada (Fama) respondeu, vibrou e interagiu.
A representatividade amazônica, impressa no cenário do artista parintinense Carlos Pizano, apostou na imponente samaumeira de 19 metros de altura, como ponto central do módulo.
Em cena, os cirandeiros conduziram a história do resgate do coração da “mãe das árvores”, roubado pelos Muricariuas, convocando seres e personagens da floresta.
De acordo com Gaspar Fernandes, autor da temática, a narrativa é uma crítica ao avanço da inteligência artificial desfalcada de consciência e os riscos à vida humana.
“A gente aliou essa problemática atual com o cotidiano amazônico, que é rico e espetacular por si só. É um olhar etnográfico de um problema mundial, mas é como se a Amazônia falasse por si, não esperando que ninguém mais fale por ela”, disse Gaspar, também diretor cultural da Matizada.
Com um Cordão de Entrada de 40 integrantes e o Cordão de Cirandeiros formado por 60 pares, itens e personagens folclóricos, conduziram a apresentação ao longo de 2h16, ao som da Banda Lilás. Entre as surpresas, a estreia de Patrick Araújo, levantador oficial de toadas do boi-bumbá Caprichoso, como Cantador de Cirandadas.
“Minha primeira vez, estou muito feliz de receber esse convite da Flor Matizada neste belíssimo espetáculo. É uma emoção muito grande estar aqui, espero participar mais e mais e contribuir como a cultura manacapuruense, a cultura do nosso estado”, revela o artista.
Palco Alternativo
A festa seguiu madrugada adentro, com shows de atrações musicais no palco alternativo, montado no estacionamento da Rodoviária de Manacapuru. Artistas locais e de Manaus, se revezaram e seguraram o público até às 5h. O cantor manacapuruense, Dieguinho Damasceno, apostou no repertório versátil, marca registrada do artista.
“É uma grande felicidade, eu que nunca participei de um evento de governo, estou muito feliz por ser da casa, da terra e ter essa oportunidade”, revela o cantor com oito anos de carreira e apresentações em festas folclóricas no interior do estado. Na sequência, subiu ao palco, Mikael e Banda e, encerrando a programação, Xiado da Xinela.
LEIA MAIS:
- Promessa da natação amazonense é convocada para Jogos Sul-Americanos
- Espaços esportivos revitalizados beneficiam mais de 240 mil pessoas em Manaus
- MPF pede suspensão do projeto de crédito de carbono no Amazonas
- PF identifica Braga Netto como líder estratégico de plano golpista ligado a Bolsonaro
- Mais de 2 milhões visitam parque Gigantes da Floresta em menos de cinco meses em Manaus