O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (11) elevar a taxa Selic, juros básicos da economia, de 11,25% para 12,25% ao ano. A decisão, unânime entre os membros do colegiado, marca a última reunião de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central e representa um novo acirramento na luta contra a inflação.
A alta dos preços, impulsionada pela recente valorização do dólar, acumula 4,87% em 12 meses, superando o teto da meta de inflação estabelecida pelo governo. Diante desse cenário, o Copom optou por intensificar o aperto monetário, elevando a Selic ao maior patamar desde o início do governo Lula.
Com a saída de Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro, o Banco Central terá um novo presidente a partir de 1º de janeiro de 2025. Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária, assumirá o cargo após ser indicado pelo presidente Lula.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa Selic para 12,25% ao ano, a maior desde o início do governo Lula, traz consigo uma série de implicações para a economia brasileira e para o bolso dos consumidores.
O que significa essa alta?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia, definida pelo Banco Central. Ao aumentá-la, o objetivo é tornar o crédito mais caro, desestimulando o consumo e os investimentos e, consequentemente, ajudando a controlar a inflação.
Quais as consequências para a economia?
- Inflação: A medida visa conter a alta dos preços, mas os efeitos podem levar algum tempo para serem sentidos.
- Crescimento econômico: A taxa de juros mais alta pode desacelerar a economia, uma vez que empresas e consumidores tendem a reduzir seus gastos.
- Emprego: A desaceleração econômica pode levar à perda de empregos, especialmente em setores mais sensíveis à variação da taxa de juros.
- Investimento: A alta da Selic torna os investimentos em renda fixa mais atrativos, mas pode desestimular investimentos em outros setores da economia.
E para o meu bolso?
- Financiamentos: As parcelas de financiamentos como casa, carro e outros bens de consumo tendem a ficar mais caras.
- Crédito: O crédito fica mais restrito e caro, dificultando a compra a prazo.
- Poupança: A poupança, indexada à taxa Selic, tende a ter uma rentabilidade maior.
- Investimento: Os investimentos em renda fixa, como títulos do Tesouro, tendem a ter maior rentabilidade.
O que esperar para o futuro?
A eficácia da medida em controlar a inflação e as suas consequências para a economia ainda são incertas. Muitas variáveis, como a evolução da economia global e as políticas fiscais do governo, podem influenciar o cenário.
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