MUNDO – Pai e filho que morreram na implosão do submarino Titan teriam passado seus últimos momentos na escuridão total, procurando animais luminescentes pela pequena janela do submersível e ouvindo suas músicas favoritas. É nisso que acredita Christine Sawood, viúva de Shahzada e mãe de Suleman. Ela deu uma entrevista ao jornal The New York Times.
O milionário Shahzada Dawood, 48, e o filho, Suleman, 19, estavam entre os cinco ocupantes do submersível Titan, que implodiu durante uma viagem de exploração aos destroços do Titanic.
Para se manterem entretidos durante a longa descida, eles foram instruídos a carregar suas músicas favoritas para tocar em um alto-falante Bluetooth.
Sem música country
O CEO da OceanGate, Stockton Rush, que morreu na companhia dos outros quatro no submarino, proibiu a música country, segundo declarou Christine Sawood, viúvia de Shahzada e mãe de Suleman, ao jornal The New York Times.
À medida que desciam, as luzes internas teriam sido apagadas para economizar bateria. Christine acredita que eles teriam se sentado na escuridão com pouca luz, procurando criaturas bioluminescentes que passavam flutuando pela pequena janela de observação.
Originalmente, era Christine quem iria descer com o marido. Mas depois da viagem inicial adiada devido à pandemia, Suleman acabou indo fazer o passeio o lugar dela.
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Suleman e o pai quase perderam a viagem após um atraso no voo para St. John’s, Newfoundland, no Canadá, de onde partiu o navio Polar Prize, que transportava o Titan e os passageiros para o local de naufrágio do Titanic.
“Na verdade, estávamos muito preocupados, tipo, ‘Meu Deus, e se eles cancelassem aquele voo também?'”, afirmou Christine ao The New York Times. “Em retrospecto, obviamente, eu gostaria que eles tivessem feito isso.”
Christine estava no navio Polar Prince com sua filha Alina, de 17 anos. Elas estavam lá para apoiar Shahzada e Suleman antes de partirem para a expedição.
Quartos apertados
Os dias que antecederam o mergulho foram repletos de reuniões de segurança com os passageiros sendo ambientados em quartos apertados. Mesmo assim, ela afirma que os dois estavam em êxtase.
“Ele estava como uma criança, excitado”, disse Christine ao jornal sobre a empolgação de seu filho.
Os passageiros do Titan, instruídos a usar meias grossas e um chapéu, o fizeram. As temperaturas despencariam à medida que o submersível alcançasse águas mais profundas. Aconselhados a manter uma “dieta de baixo teor de resíduos” no dia anterior ao mergulho, sem café da manhã, cumpriram à risca.
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Não havia banheiro no minúsculo submersível, apenas um equipamento estilo camping, atrás de uma cortina. Christine e sua filha observaram o Titan submergir durante aquela que seria a sua descida final.
O contato com o submarino, perdido uma hora e 45 minutos após o início da viagem, era o prenúncio da tragédia. Os destroços encontrados no dia 22 de junho, confirmaram o que se temia.
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